Crítica | Don’t Hold Me Back


★★★★☆
4/5

Descobrir novos artistas dentro do Afrobeats que fogem daquela bolha de sucessos extremos é sempre refrescante, e Liya se coloca nesse cenário com muita intenção. Seu estilo, afro-fusion, mistura elementos do Afrobeats com experimentações vocais e instrumentais que conferem personalidade própria. Vale lembrar que ela foi a primeira mulher assinada pelo selo Davido Music Worldwide (DMW) em 2020, e, desde 2023, segue de forma independente, assumindo um caminho mais autoral e livre.

O EP Don’t Hold Me Back é curto, mas consegue mostrar bem a versatilidade de Liya. “Skin to Skin” se destaca pela variação de performances na lírica e na voz, trazendo uma sonoridade quase árabe que dá um charme especial à faixa, reforçada por vocais de apoio bem trabalhados. Já a colaboração com Olamide, em “Vibes on Vibes”, é a que mais chamou atenção em números, com uma energia festiva e a sintonia que há entre os dois artistas, o resultado foi um clima de muita celebração e intensifica a presença de Liya na cena do gênero.

Outro destaque é “Yes”, com WurlD, uma faixa animada que valoriza os vocais de ambos, incluindo até um solo de guitarra no final, que diferencia a música do restante do EP. Esses detalhes mostram como Liya consegue equilibrar diversão, técnica vocal e momentos de destaque instrumental, mesmo em um projeto relativamente curto.

Don’t Hold Me Back é emblemático e suas faixas revelam identidade própria e apontam para um potencial futuro de lançamentos que podem conquistar tanto os fãs mais fiéis do afrobeats quanto novos ouvintes. Variabilidade e consistência podem ser um caminho lindo a ser trilhado por ela.

Selo: Ziiki Media
Formato: EP
Gênero: Música do Continente Africano / Afrobeats
Viviane Costa

Graduanda em Jornalismo, apaixonada por Música, Arte e Cultura. Integra a curadoria de Rap e Hip Hop do Aquele Tuim.

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