Crítica | Blackbox Life Recorder 21f / in a room7 F760



★★★★☆
4/5

Richard James sempre esteve envolto em um ceticismo metafórico em relação aos espaços explorados em suas peças mais instintivas. Em partes, isso não passava de uma figuração estilística usada apenas no ato de compor algumas de suas melhores obras.

Essa forma de reproduzir fez dele um dos grandes pioneiros da música eletrônica, fez dele, sobretudo, um nome irreplicável para o gênero e suas ramificações vanguardistas nos anos 90.

Hoje, bastante consolidado, o artista ainda está longe de abandonar suas características, pelo contrário: procura torná-las mais atraentes. É por isso que o pequeno Blackbox Life Recorder 21f/in a room7 F760 fica à margem em termos de comprimento e experimentação.

Mas isso não é um problema. Para aproveitar esse formato limitado, Richard não poupa recursos na hora de criar uma ambientação quase cinematográfica para algumas de suas texturas mais avessas. Observe como é feita a transição de "Blackbox Life Recorder 21f" para "zin2 test5"; emendando uma camada sob a outra enquanto descansa a bateria, amarrada por um drum n bass e um jungle massivamente polido pelo breakbeat, sem perder as arestas.

E embora seja um mestre nesta arte, o artista ainda usa este elemento simples como parte de sua insistência temática. Enquanto o projeto Aphex Twin resistir à constante IDM, Richard fará suas orquestrações enigmáticas e, agora, mais do que nunca, cinematográficas.

Selo: Warp
Formato: EP
Gênero: Eletrônica / IDM, Techno Ambiente
Matheus José

Graduando em Letras, 23 anos. No Aquele Tuim, faço parte das curadorias de Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

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