

ID; Peace B
2000
2000
★★
A estreia de uma das artistas mais importantes da cena musical contemporânea do leste asiático não impressiona. Não é por ser ruim, mas pela falta de ambição, notavelmente as referências estão bem localizadas em um R&B contemporâneo que, até muito bem articuladas, dão uma sensação nostálgica ao álbum no geral, mas que soam como um mais do mesmo do início dos anos 2000 que se torna maçante.
Contudo, há de se destacar uma certa originalidade na mixagem do álbum, que, por ser praticamente inteiro instrumentalizado através de MIDI, ainda sim tem uma lucidez grande, algo que na época era pouco trabalhado no ocidente, que ainda tinha muita dificuldade em não artificializar esses recursos. É um álbum, portanto, que, por vezes, parece muito mais atual do que deveria e curiosamente menos padronizado do que se escuta hoje, mesmo no K-pop.
No geral, é uma estreia que pode até encantar, principalmente se você for muito fã da artista, ou tiver um interesse particular nesse estilo de música pop tão próprio da virada do milênio. Dá para considerar um êxito histórico, algo muito difícil de balancear quando se pensa em um álbum cansativo, porém, neste caso, parece completamente razoável. - Tiago Araujo
A estreia de uma das artistas mais importantes da cena musical contemporânea do leste asiático não impressiona. Não é por ser ruim, mas pela falta de ambição, notavelmente as referências estão bem localizadas em um R&B contemporâneo que, até muito bem articuladas, dão uma sensação nostálgica ao álbum no geral, mas que soam como um mais do mesmo do início dos anos 2000 que se torna maçante.
Contudo, há de se destacar uma certa originalidade na mixagem do álbum, que, por ser praticamente inteiro instrumentalizado através de MIDI, ainda sim tem uma lucidez grande, algo que na época era pouco trabalhado no ocidente, que ainda tinha muita dificuldade em não artificializar esses recursos. É um álbum, portanto, que, por vezes, parece muito mais atual do que deveria e curiosamente menos padronizado do que se escuta hoje, mesmo no K-pop.
No geral, é uma estreia que pode até encantar, principalmente se você for muito fã da artista, ou tiver um interesse particular nesse estilo de música pop tão próprio da virada do milênio. Dá para considerar um êxito histórico, algo muito difícil de balancear quando se pensa em um álbum cansativo, porém, neste caso, parece completamente razoável. - Tiago Araujo

Listen To My Heart
2002
★★★
Já destacado por muitos como o álbum mais importante da carreira da BoA, eu diria que é também o maior avanço que ela deu na carreira, em qualquer momento. Diferente de tudo que foi exposto no texto do álbum anterior, nesse além de preservar as partes positivas, há também uma genuína consideração pela música e pela exploração de novos ares.
Claro que a inserção na indústria japonesa faz sentido. Nesse país existiam estúdios melhores, os produtores operavam melhor os sintetizadores, MIDIs e elementos digitais no geral — além de terem uma variedade maior de ideias para composições, em gêneros diferentes. Tudo isso explica a parte técnica do álbum ser claramente superior, mas não é só isso que faz Listen To My Heart ser mais interessante.
É muito especial o quanto a BoA se insere ao longo do álbum. São algumas das suas performances mais soltas do começo da carreira, mesmo as baladas, que são naturalmente menos empolgantes, estão muito mais intensas, ela expõe mais as emoções. Não é a toa que esse disco foi capaz de impactar um mercado muito maior que o da Coreia do Sul, BoA não deixou nada devendo aos japoneses. - Tiago Araujo
2002
★★★
Já destacado por muitos como o álbum mais importante da carreira da BoA, eu diria que é também o maior avanço que ela deu na carreira, em qualquer momento. Diferente de tudo que foi exposto no texto do álbum anterior, nesse além de preservar as partes positivas, há também uma genuína consideração pela música e pela exploração de novos ares.
Claro que a inserção na indústria japonesa faz sentido. Nesse país existiam estúdios melhores, os produtores operavam melhor os sintetizadores, MIDIs e elementos digitais no geral — além de terem uma variedade maior de ideias para composições, em gêneros diferentes. Tudo isso explica a parte técnica do álbum ser claramente superior, mas não é só isso que faz Listen To My Heart ser mais interessante.
É muito especial o quanto a BoA se insere ao longo do álbum. São algumas das suas performances mais soltas do começo da carreira, mesmo as baladas, que são naturalmente menos empolgantes, estão muito mais intensas, ela expõe mais as emoções. Não é a toa que esse disco foi capaz de impactar um mercado muito maior que o da Coreia do Sul, BoA não deixou nada devendo aos japoneses. - Tiago Araujo

No.1
2002
★★★
O No.1 foi meu primeiro contato consciente com a BoA. Singles como "Disturbance" e "Kiss My Lips" chegaram até mim na adolescência, mas como k-pop ainda não era um gênero com o qual eu me identificava, acabei deixando passar. Olhando agora, com a perspectiva que tenho, percebo que perdi a chance de acompanhar de perto uma artista gigantesca. Curiosamente, minha verdadeira aproximação com o k-pop só aconteceu quando surgiram as meninas do LOONA — que, na época, eu achava ser o auge do gênero. Mas depois de ouvir o No.1, confesso que me senti meio tonto por ter pensado assim.
É nítido o quanto a BoA foi – e ainda é – uma influência enorme para o k-pop, e No.1 expressa isso com clareza Lançado em 2002, o álbum capta bem a essência da época, misturando pop, R&B e hip-hop. É uma sonoridade que não só refletia as tendências daquele tempo, como também ajudava a moldar o futuro. BoA foi uma das primeiras artistas coreanas a romper barreiras internacionais, especialmente no Japão, mostrando que era possível artistas da Coreia ganharem espaço fora do país. Isso abriu portas e inspirou toda uma geração
É claro, há ganchos e elementos que hoje soam datados, mas o sentimento de nostalgia acaba suavizando os efeitos do tempo. Pode não ser o melhor álbum da discografia dela, mas com certeza foi um tiro de nostalgia pra mim. - Antonio Rivers
2002
★★★
O No.1 foi meu primeiro contato consciente com a BoA. Singles como "Disturbance" e "Kiss My Lips" chegaram até mim na adolescência, mas como k-pop ainda não era um gênero com o qual eu me identificava, acabei deixando passar. Olhando agora, com a perspectiva que tenho, percebo que perdi a chance de acompanhar de perto uma artista gigantesca. Curiosamente, minha verdadeira aproximação com o k-pop só aconteceu quando surgiram as meninas do LOONA — que, na época, eu achava ser o auge do gênero. Mas depois de ouvir o No.1, confesso que me senti meio tonto por ter pensado assim.
É nítido o quanto a BoA foi – e ainda é – uma influência enorme para o k-pop, e No.1 expressa isso com clareza Lançado em 2002, o álbum capta bem a essência da época, misturando pop, R&B e hip-hop. É uma sonoridade que não só refletia as tendências daquele tempo, como também ajudava a moldar o futuro. BoA foi uma das primeiras artistas coreanas a romper barreiras internacionais, especialmente no Japão, mostrando que era possível artistas da Coreia ganharem espaço fora do país. Isso abriu portas e inspirou toda uma geração
É claro, há ganchos e elementos que hoje soam datados, mas o sentimento de nostalgia acaba suavizando os efeitos do tempo. Pode não ser o melhor álbum da discografia dela, mas com certeza foi um tiro de nostalgia pra mim. - Antonio Rivers

Valenti
2003
★★★
Valenti possui acertos e erros parecidíssimos aos álbuns anteriores, portanto o exercício de falar sobre ele é o mesmo de escutá-lo – se parece com mera repetição. Isso, entretanto, não é necessariamente um aspecto negativo do álbum, visto que, se tratando de um arroz e feijão, é bem temperado e satisfaz a fome se a voracidade for por música pop da BoA.
O que é pior é que, internamente, ele não constrói um corpo tão homogêneo quanto outros da artista, dado que as músicas são mais notavelmente diferentes entre si. O salto de qualidade, entretanto, pode ser assustador demais. Principalmente porque a primeira metade do álbum é muito consistentemente forte, enquanto a segunda metade é sem inspiração. Com exceção, claro, para NO.1.
A duração de quase 1h de álbum não ajuda, é fato, mas isso poderia ter sido dito de qualquer álbum dela nessa fase inicial da carreira. Vale um destaque extra, entretanto, para fluidez que essa primeira metade do álbum possui, talvez pela consistência na qualidade, mas certamente pela boa apropriação de elementos eletrônicos que recheiam o álbum com um dance-pop muitíssimo divertido e bem-vindo. - Tiago Araujo
2003
★★★
Valenti possui acertos e erros parecidíssimos aos álbuns anteriores, portanto o exercício de falar sobre ele é o mesmo de escutá-lo – se parece com mera repetição. Isso, entretanto, não é necessariamente um aspecto negativo do álbum, visto que, se tratando de um arroz e feijão, é bem temperado e satisfaz a fome se a voracidade for por música pop da BoA.
O que é pior é que, internamente, ele não constrói um corpo tão homogêneo quanto outros da artista, dado que as músicas são mais notavelmente diferentes entre si. O salto de qualidade, entretanto, pode ser assustador demais. Principalmente porque a primeira metade do álbum é muito consistentemente forte, enquanto a segunda metade é sem inspiração. Com exceção, claro, para NO.1.
A duração de quase 1h de álbum não ajuda, é fato, mas isso poderia ter sido dito de qualquer álbum dela nessa fase inicial da carreira. Vale um destaque extra, entretanto, para fluidez que essa primeira metade do álbum possui, talvez pela consistência na qualidade, mas certamente pela boa apropriação de elementos eletrônicos que recheiam o álbum com um dance-pop muitíssimo divertido e bem-vindo. - Tiago Araujo

Atlantis Princess
2003
★★★
Atlantis Princess, assim como os discos que o antecederam, é fortemente inserida no contexto do R&B contemporâneo do período. São canções que, em menor escala que discos como No.1. e Listen To My Heart, incorporam tendências da década que havia acabado de passar — os anos 90 —, como aspectos do hip hop, soul e do new jack swing. As faixas não representam ideias tão inventivas como é o caso por exemplo de Listen To My Heart, porém ainda se mostram como boas aventuras de BoA pelo território que ela construiu a si mesma com sua discografia.
A primeira música, “Time To Begin”, é o maior destaque, em que sua rica instrumentação é a mais divertida do registro. O ritmo desconcertado que, acompanhado das cordas, traz uma sensação envolvente se torna ainda mais intenso com as guitarras — é uma faixa com um tom bastante poderoso, uma abertura arrebatadora. A presença do R&B em uma visão mais eletrônica dentro dos padrões da época é evidente em alguns momentos, principalmente em “Gift” e “The Show Must Go On”, também representando pontos fortes do álbum.
Algumas ideias começam a se tornar um pouco repetitivas, porém não chegam a ser absurdamente maçantes, mas sim genéricas. Além disso, as baladas são o ponto mais fraco de Atlantis Princess, pois o som muito quieto e leve que essas faixas apresentam torna-a desinteressante, não existe nada de chamativo nessas músicas. No final, o álbum ainda é uma sólida exploração de BoA das tendências do r&b contemporâneo vigentes na época. - Davi Bittencourt
2003
★★★
Atlantis Princess, assim como os discos que o antecederam, é fortemente inserida no contexto do R&B contemporâneo do período. São canções que, em menor escala que discos como No.1. e Listen To My Heart, incorporam tendências da década que havia acabado de passar — os anos 90 —, como aspectos do hip hop, soul e do new jack swing. As faixas não representam ideias tão inventivas como é o caso por exemplo de Listen To My Heart, porém ainda se mostram como boas aventuras de BoA pelo território que ela construiu a si mesma com sua discografia.
A primeira música, “Time To Begin”, é o maior destaque, em que sua rica instrumentação é a mais divertida do registro. O ritmo desconcertado que, acompanhado das cordas, traz uma sensação envolvente se torna ainda mais intenso com as guitarras — é uma faixa com um tom bastante poderoso, uma abertura arrebatadora. A presença do R&B em uma visão mais eletrônica dentro dos padrões da época é evidente em alguns momentos, principalmente em “Gift” e “The Show Must Go On”, também representando pontos fortes do álbum.
Algumas ideias começam a se tornar um pouco repetitivas, porém não chegam a ser absurdamente maçantes, mas sim genéricas. Além disso, as baladas são o ponto mais fraco de Atlantis Princess, pois o som muito quieto e leve que essas faixas apresentam torna-a desinteressante, não existe nada de chamativo nessas músicas. No final, o álbum ainda é uma sólida exploração de BoA das tendências do r&b contemporâneo vigentes na época. - Davi Bittencourt

Love & Honesty
2004
★★★★
2004
★★★★
Com uma das melhores produções de seus álbuns voltados ao mercado japonês, BoA começa a dar indícios de querer expandir o seu som para outros gêneros e experimentar tudo o que ela tem direito. Com treze faixas, incluindo a versão japonesa do hit “Milky Way”, Love & Honestly é realmente um disco honesto – que, inclusive, conta com a composição da mesma na faixa que leva o nome do disco.
Vagando entre o pop rock em “Rock With You” e o dance pop em “Be the one”, o terceiro álbum da BoA é realmente um exemplo de maturidade e evolução sonora, mesmo que ela ainda continue em sua maioria no mesmo gênero.
O terceiro álbum em japonês da cantora talvez seja um dos mais incríveis da sua discografia inteira e mostra bastante como a cantora estava pronta para expandir os seus horizontes e iniciar mais um capítulo de sua carreira enquanto está tão próxima a completar a maioridade. - João Vitor

My Name
2004
★★
Prestes a completar 18 anos, a SM teve a brilhante ideia de começar a construir a imagem da BoA em uma perspectiva menos jovial e brilhante no mercado coreano. Mas, em termos de execução, foi a mesma coisa que nada.
Apesar de os singles “My Name” e “Spark” serem, realmente, abordagens mais “maduras”, a qualidade do disco só se estende nestas duas faixas. Todo o resto do projeto são apenas canções midtempo como ela sempre vinha feito e, em 51 minutos, o projeto não tem um ápice.
Talvez o maior ponto forte do disco seja a forma que a SM vinha evoluindo em suas produções, visto que os estúdios coreanos não tinham tanta qualidade assim no início da década, mas ele se perde em sua própria monotonia, não trazendo nada de memorável ou acrescentando algo a discografia da BoA. - João Vitor
2004
★★
Prestes a completar 18 anos, a SM teve a brilhante ideia de começar a construir a imagem da BoA em uma perspectiva menos jovial e brilhante no mercado coreano. Mas, em termos de execução, foi a mesma coisa que nada.
Apesar de os singles “My Name” e “Spark” serem, realmente, abordagens mais “maduras”, a qualidade do disco só se estende nestas duas faixas. Todo o resto do projeto são apenas canções midtempo como ela sempre vinha feito e, em 51 minutos, o projeto não tem um ápice.
Talvez o maior ponto forte do disco seja a forma que a SM vinha evoluindo em suas produções, visto que os estúdios coreanos não tinham tanta qualidade assim no início da década, mas ele se perde em sua própria monotonia, não trazendo nada de memorável ou acrescentando algo a discografia da BoA. - João Vitor

Girls On Top
2005
★★
Girls On Top representa uma consolidação evidente da sonoridade que permeia a discografia da BoA, especificamente no recorte de ID; Peace B e o próprio Girls On Top. Trata-se de um R&B que flerta constantemente com o pop e incorpora batidas de hip-hop aceleradas. A primeira sensação ao ouvir o disco é: "Que descolado!". E, de fato, a estética é marcante — do corte de cabelo aos visuais dos videoclipes.
Contudo, essa impressão inicial não se sustenta ao longo de todas as faixas. Segundo a própria BoA, o álbum nasceu como uma resposta direta a ideias machistas que colocam mulheres como menos capazes que homens. Essa perspectiva é muito bem trabalhada em faixas como "MOTO", "Do You Love Me?" e, claro, a própria "Girls On Top". Especialmente esta última, que encarna com mais clareza a proposta da artista. Juntas, as três canções carregam uma irreverência e uma euforia.
A partir daí, porém, essa energia começa a se dissipar. BoA nos conduz por uma sequência de baladas excessivamente melosas que, se em 2005 talvez fizessem sentido, hoje soam como leite deixado no sol. Nem mesmo o fator nostalgia é suficiente para resgatar a experiência por completo.- Antonio Rivers
2005
★★
Girls On Top representa uma consolidação evidente da sonoridade que permeia a discografia da BoA, especificamente no recorte de ID; Peace B e o próprio Girls On Top. Trata-se de um R&B que flerta constantemente com o pop e incorpora batidas de hip-hop aceleradas. A primeira sensação ao ouvir o disco é: "Que descolado!". E, de fato, a estética é marcante — do corte de cabelo aos visuais dos videoclipes.
Contudo, essa impressão inicial não se sustenta ao longo de todas as faixas. Segundo a própria BoA, o álbum nasceu como uma resposta direta a ideias machistas que colocam mulheres como menos capazes que homens. Essa perspectiva é muito bem trabalhada em faixas como "MOTO", "Do You Love Me?" e, claro, a própria "Girls On Top". Especialmente esta última, que encarna com mais clareza a proposta da artista. Juntas, as três canções carregam uma irreverência e uma euforia.
A partir daí, porém, essa energia começa a se dissipar. BoA nos conduz por uma sequência de baladas excessivamente melosas que, se em 2005 talvez fizessem sentido, hoje soam como leite deixado no sol. Nem mesmo o fator nostalgia é suficiente para resgatar a experiência por completo.- Antonio Rivers

OUTGROW
2006
★★
É fraco, apesar de mais maduro. As técnicas de produção estavam mudando bastante em todo o mundo, e o que parecia um delírio de anacronismo nos álbuns anteriores, finalmente toma forma aqui para uma nova fase da sua carreira que inaugura um estilo de instrumentalização finalmente adequado aos anos 2000.
Ainda sim, há que se deixar claro que esse não é seu maior êxito nesse sentido (talvez esse seja seu álbum em inglês, autointitulado). Mais uma vez os defeitos aparentes em Valenti permanecem – um pouco mais irritantes dessa vez – visto que em 2003 o trabalho de BoA apontava para o futuro, um mais consistente e interessante, ou seja, uma futura decepção em OUTGROW.
Porém, é necessário destacar a sofisticação e bom gosto na produção de uma música doce e sensual como “DO THE MOTION, além da mixagem e técnica de estúdio mais consistente entre as baladas de BoA até então, como é o caso de “Everlasting”. Um álbum que não fica para a história da artista, mas que num aspecto técnico parece um divisor de águas. - Tiago Araujo
2006
★★
É fraco, apesar de mais maduro. As técnicas de produção estavam mudando bastante em todo o mundo, e o que parecia um delírio de anacronismo nos álbuns anteriores, finalmente toma forma aqui para uma nova fase da sua carreira que inaugura um estilo de instrumentalização finalmente adequado aos anos 2000.
Ainda sim, há que se deixar claro que esse não é seu maior êxito nesse sentido (talvez esse seja seu álbum em inglês, autointitulado). Mais uma vez os defeitos aparentes em Valenti permanecem – um pouco mais irritantes dessa vez – visto que em 2003 o trabalho de BoA apontava para o futuro, um mais consistente e interessante, ou seja, uma futura decepção em OUTGROW.
Porém, é necessário destacar a sofisticação e bom gosto na produção de uma música doce e sensual como “DO THE MOTION, além da mixagem e técnica de estúdio mais consistente entre as baladas de BoA até então, como é o caso de “Everlasting”. Um álbum que não fica para a história da artista, mas que num aspecto técnico parece um divisor de águas. - Tiago Araujo

MADE IN TWENTY(20)
2007
2007
★★★
Em seu quinto álbum japonês, BoA se pauta na melancolia e sensualidade da juventude, já que, no lançamento de MADE IN TWENTY(20), a artista tinha apenas vinte anos, como o nome do álbum já diz. Apesar de cansativo — por ter uma hora de duração —, carrega um frescor e sustância característico da musicalidade do pop e R&B japonês no começo dos anos 2000.
O single mais emblemático é Winter Love, pelo seu sucesso de vendas e recepção do público japonês, e também exprime o crescimento de BoA não apenas como artista, mas em idade, com um tom mais maduro nessa balada romântica envolvente.
Ao mesmo tempo que as faixas soam harmoniosas entre si, parece uma aposta de várias diferentes expressões musicais da época, que já faziam sucesso de venda, em um só álbum, com muito upbeat R&B, um pop chiclete e algumas baladas com muito piano. - BeatriS
Em seu quinto álbum japonês, BoA se pauta na melancolia e sensualidade da juventude, já que, no lançamento de MADE IN TWENTY(20), a artista tinha apenas vinte anos, como o nome do álbum já diz. Apesar de cansativo — por ter uma hora de duração —, carrega um frescor e sustância característico da musicalidade do pop e R&B japonês no começo dos anos 2000.
O single mais emblemático é Winter Love, pelo seu sucesso de vendas e recepção do público japonês, e também exprime o crescimento de BoA não apenas como artista, mas em idade, com um tom mais maduro nessa balada romântica envolvente.
Ao mesmo tempo que as faixas soam harmoniosas entre si, parece uma aposta de várias diferentes expressões musicais da época, que já faziam sucesso de venda, em um só álbum, com muito upbeat R&B, um pop chiclete e algumas baladas com muito piano. - BeatriS

THE FACE
2008
★★★
Aqui, os efeitos de todo ano ter um disco no Japão começa a ser negativo. Em THE FACE, parece que a BoA já não tinha mais o que fazer de diferente, então aposta no mais confortável possível.
A maioria dos álbuns anteriores apresentam mudanças, mesmo que sejam singelas em umas faixas aqui e ali, mas no THE FACE, é como se soasse uma continuidade sem necessidade. Algumas canções são boas, mas para ouvir em um projeto completo de uma hora com a mesma energia de sempre, acaba sendo cansativo.
Aqui demarca o início de um problema com a estabilidade sonora da BoA e talvez demonstra os motivos dos quais seus projetos japoneses passaram a ter maiores intervalos de tempo. - João Vitor
2008
★★★
Aqui, os efeitos de todo ano ter um disco no Japão começa a ser negativo. Em THE FACE, parece que a BoA já não tinha mais o que fazer de diferente, então aposta no mais confortável possível.
A maioria dos álbuns anteriores apresentam mudanças, mesmo que sejam singelas em umas faixas aqui e ali, mas no THE FACE, é como se soasse uma continuidade sem necessidade. Algumas canções são boas, mas para ouvir em um projeto completo de uma hora com a mesma energia de sempre, acaba sendo cansativo.
Aqui demarca o início de um problema com a estabilidade sonora da BoA e talvez demonstra os motivos dos quais seus projetos japoneses passaram a ter maiores intervalos de tempo. - João Vitor

BoA
2009
★★★★
Em apenas oito anos de carreira, BoA já havia dominado completamente a Coreia do Sul e, em uma jogada estratégica, também conquistava o Japão com suas canções. O que faltava então para ela? Em 2008, de uma forma ousada, a cantora lança “Eat You Up”, seu primeiro single em inglês, marcando o início de uma nova etapa em sua trajetória. No ano seguinte, veio o álbum de estreia no mercado americano, que não apenas entrou para a história como o primeiro disco de uma artista sul-coreana a figurar na parada de álbuns mais vendidos da Billboard, mas também mostrou sua disposição em romper barreiras – se apresentando, inclusive, em espaços pouco acessados por idols na época, como a parada LGBT+ de São Francisco.
O BoA, em si, é um álbum que, à primeira ouvida, parece preso em 2009. Você escuta e pensa “nossa, parece uma daquelas besteiras que foram lançadas na época”. Mas, conforme as faixas avançavam, a personalidade da cantora te domina e, quando você menos espera, você está completamente viciado em todas as músicas do projeto.
Com onze faixas em sua versão regular, incluindo a parceria com o produtor e cantor Sean Garrett em “I Did It For Love” e uma composição assinada por Britney Spears, “Look Who’s Talking”, BoA entrega o melhor da Ásia em um disco animado, bem produzido e, acima de tudo, icônico em sua estreia nos Estados Unidos. - João Vitor
2009
★★★★
Em apenas oito anos de carreira, BoA já havia dominado completamente a Coreia do Sul e, em uma jogada estratégica, também conquistava o Japão com suas canções. O que faltava então para ela? Em 2008, de uma forma ousada, a cantora lança “Eat You Up”, seu primeiro single em inglês, marcando o início de uma nova etapa em sua trajetória. No ano seguinte, veio o álbum de estreia no mercado americano, que não apenas entrou para a história como o primeiro disco de uma artista sul-coreana a figurar na parada de álbuns mais vendidos da Billboard, mas também mostrou sua disposição em romper barreiras – se apresentando, inclusive, em espaços pouco acessados por idols na época, como a parada LGBT+ de São Francisco.
O BoA, em si, é um álbum que, à primeira ouvida, parece preso em 2009. Você escuta e pensa “nossa, parece uma daquelas besteiras que foram lançadas na época”. Mas, conforme as faixas avançavam, a personalidade da cantora te domina e, quando você menos espera, você está completamente viciado em todas as músicas do projeto.
Com onze faixas em sua versão regular, incluindo a parceria com o produtor e cantor Sean Garrett em “I Did It For Love” e uma composição assinada por Britney Spears, “Look Who’s Talking”, BoA entrega o melhor da Ásia em um disco animado, bem produzido e, acima de tudo, icônico em sua estreia nos Estados Unidos. - João Vitor

Identity
2010
★★★
O álbum que marca o início das comemorações dos 10 anos de carreira da BoA é Identity – e ele falha justamente naquilo que o título propõe: identidade. Ironicamente, um dos maiores problemas do disco está na forma como aborda a musicalidade que a cantora vinha desenvolvendo até então. Identity é um álbum de extremos, e chega a ser irritante de tão literal em suas escolhas.
Apesar de conter algumas faixas interessantes, ele acaba sendo o trabalho mais entediante da discografia japonesa da BoA – e, por incrível que pareça, não é por causa da duração. Este é, inclusive, o primeiro álbum da cantora nesse mercado a ter menos de 50 minutos.
“BUMP BUMP!” e “White Wishes” são os destaques canções e conseguem se sobressair no meio do conjunto, mas é uma pena ver o quanto o álbum falha em representar tudo o que a artista construiu ao longo dos anos. Falta profundidade, falta coesão – e, principalmente, falta evolução. - João Vitor
2010
★★★
O álbum que marca o início das comemorações dos 10 anos de carreira da BoA é Identity – e ele falha justamente naquilo que o título propõe: identidade. Ironicamente, um dos maiores problemas do disco está na forma como aborda a musicalidade que a cantora vinha desenvolvendo até então. Identity é um álbum de extremos, e chega a ser irritante de tão literal em suas escolhas.
Apesar de conter algumas faixas interessantes, ele acaba sendo o trabalho mais entediante da discografia japonesa da BoA – e, por incrível que pareça, não é por causa da duração. Este é, inclusive, o primeiro álbum da cantora nesse mercado a ter menos de 50 minutos.
“BUMP BUMP!” e “White Wishes” são os destaques canções e conseguem se sobressair no meio do conjunto, mas é uma pena ver o quanto o álbum falha em representar tudo o que a artista construiu ao longo dos anos. Falta profundidade, falta coesão – e, principalmente, falta evolução. - João Vitor

Hurricane Venus
2010
★★★★
Cinco anos depois de ter ficado sem nenhum lançamento coreano em prol da construção de uma carreira no Japão e nos EUA, BoA não poderia ter escolhido melhor um lançamento que coincidisse com seu aniversário de dez anos de carreira: Hurricane Venus é uma condensação deliciosa do K-pop de 2010, com todos os seus erros e acertos. De faixas memoráveis regidas por um pop dançante e autotunado a ballads que funcionam quase como uma pausa para ir buscar uma água depois de dançar horrores na pista de dança (talvez uma pausa um pouco grande demais, eu sei), tudo parece estranhamente conectado, ainda que de forma um pouco desencaixada e talvez exagerada. É, de fato, aquela farofa divertida e nostálgica, que dá vontade de sorrir sempre que retorna à memória.
É claro que, para além da bagunça, há a qualidade. "GAME", "Dangerous", "Let Me" e "Adrenaline" são um ótimo time de faixas dance-pop, não havendo nenhuma descartável (amo "Let Me", ok? Ok) e sendo todas dignas de um comeback memorável da Rainha do K-Pop. Isso que deixei propositalmente de mencionar a capitã de todas elas, "Hurricane Venus", um dos melhores singles da BoA até hoje e título que foi capaz de moldar uma geração de fãs do gênero e da cantora por, a meu ver, gerar certa identificação em todos que eram adolescentes na época, até mesmo em quem não entendia uma palavra em coreano: existe gancho melhor do que "Eletronic manic supersonic bionic energy" para definir a força eletrizante e natural da juventude? Certamente, não. Ao mesmo tempo, isso serviu para reforçar a identidade da própria cantora, revelando sua capacidade de dominar pistas e conquistar públicos distintos.
Analisando hoje, dá para ver que cada reconhecimento que Hurricane Venus teve na época e continua a ter quando vez ou outra é relembrado é merecidíssimo. "Transgressor" a seu modo, deliciosamente datado, divertido e nostálgico, o álbum é, sobretudo, uma peça importante para a carreira de Boah Kwon, ressaltando, quando pensando em conjunto com os demais já lançados, a capacidade cada vez maior da artista coreana de se adaptar a diversas fases pelas quais a música passa ao longo das décadas, sempre trazendo com excelência sua própria versão artística de cada uma delas. - Raquel Nascimento
2010
★★★★
Cinco anos depois de ter ficado sem nenhum lançamento coreano em prol da construção de uma carreira no Japão e nos EUA, BoA não poderia ter escolhido melhor um lançamento que coincidisse com seu aniversário de dez anos de carreira: Hurricane Venus é uma condensação deliciosa do K-pop de 2010, com todos os seus erros e acertos. De faixas memoráveis regidas por um pop dançante e autotunado a ballads que funcionam quase como uma pausa para ir buscar uma água depois de dançar horrores na pista de dança (talvez uma pausa um pouco grande demais, eu sei), tudo parece estranhamente conectado, ainda que de forma um pouco desencaixada e talvez exagerada. É, de fato, aquela farofa divertida e nostálgica, que dá vontade de sorrir sempre que retorna à memória.
É claro que, para além da bagunça, há a qualidade. "GAME", "Dangerous", "Let Me" e "Adrenaline" são um ótimo time de faixas dance-pop, não havendo nenhuma descartável (amo "Let Me", ok? Ok) e sendo todas dignas de um comeback memorável da Rainha do K-Pop. Isso que deixei propositalmente de mencionar a capitã de todas elas, "Hurricane Venus", um dos melhores singles da BoA até hoje e título que foi capaz de moldar uma geração de fãs do gênero e da cantora por, a meu ver, gerar certa identificação em todos que eram adolescentes na época, até mesmo em quem não entendia uma palavra em coreano: existe gancho melhor do que "Eletronic manic supersonic bionic energy" para definir a força eletrizante e natural da juventude? Certamente, não. Ao mesmo tempo, isso serviu para reforçar a identidade da própria cantora, revelando sua capacidade de dominar pistas e conquistar públicos distintos.
Analisando hoje, dá para ver que cada reconhecimento que Hurricane Venus teve na época e continua a ter quando vez ou outra é relembrado é merecidíssimo. "Transgressor" a seu modo, deliciosamente datado, divertido e nostálgico, o álbum é, sobretudo, uma peça importante para a carreira de Boah Kwon, ressaltando, quando pensando em conjunto com os demais já lançados, a capacidade cada vez maior da artista coreana de se adaptar a diversas fases pelas quais a música passa ao longo das décadas, sempre trazendo com excelência sua própria versão artística de cada uma delas. - Raquel Nascimento

Only One
2012
★★★
Em seu décimo quinto álbum, BoA, em suas próprias palavras, queria fazer músicas que fossem “relaxantes” e desse destaque aos vocais, com o uso de electropop e dance-pop, mas sem deixar de lado o R&B e indo de contramão com as populares músicas de K-pop de 2012, como a famosa música dance-pop “Gangnam Style”, de PSY.
Com a duração de trinta minutos, faixas como “Only One” e “One Dream” — esta que conta com a participação de KEY, do ShineE e HENRY do Super Junior-M — são um exemplo do que BoA gostaria de passar com Only One, relaxantes, com destaque no vocal e melodias suaves, mas, ao mesmo tempo, são músicas que te fazem mexer os ombros como uma dança melancólica.
“The Top” e “The Shadow” são as mais semelhantes ao cenário do K-pop na época, electropop e dance-pop, sensuais e divertidas, carregando a maturidade de BoA ao passar dos anos e sua própria individualidade musical. - BeatriS
2012
★★★
Em seu décimo quinto álbum, BoA, em suas próprias palavras, queria fazer músicas que fossem “relaxantes” e desse destaque aos vocais, com o uso de electropop e dance-pop, mas sem deixar de lado o R&B e indo de contramão com as populares músicas de K-pop de 2012, como a famosa música dance-pop “Gangnam Style”, de PSY.
Com a duração de trinta minutos, faixas como “Only One” e “One Dream” — esta que conta com a participação de KEY, do ShineE e HENRY do Super Junior-M — são um exemplo do que BoA gostaria de passar com Only One, relaxantes, com destaque no vocal e melodias suaves, mas, ao mesmo tempo, são músicas que te fazem mexer os ombros como uma dança melancólica.
“The Top” e “The Shadow” são as mais semelhantes ao cenário do K-pop na época, electropop e dance-pop, sensuais e divertidas, carregando a maturidade de BoA ao passar dos anos e sua própria individualidade musical. - BeatriS

WHO’S BACK?
2014
★★★
Coletendo quatro anos de singles, BoA retorna completamente renovada ao mercado japonês, num hiato desde o seu último álbum. Finalmente, ela consegue estruturar uma sonoridade diferente do que era apresentado anteriormente.
Em canções electropop, a BoA se apoia em canções dançantes para solidificar o seu novo caminho no Japão, que mesmo com sua intensidade diminuída, sempre esteve ali ao lado do público que a apoiou. “First Time” e “Shout It Out” são os maiores pontos do disco, mesmo que seja apenas em seu início, mas no decorrer da duração do álbum, também podemos encontrar “MASAYUME CHASING”, que talvez seja a sua canção japonesa mais consumida atualmente por ter sido escolhida como o tema de abertura do anime Fairy Tail.
WHO’S BACK demonstra um bom retorno ao Japão e demonstra que faltava apenas um pouco de vontade na produção para que o seu som se renovasse. - João Vitor
2014
★★★
Coletendo quatro anos de singles, BoA retorna completamente renovada ao mercado japonês, num hiato desde o seu último álbum. Finalmente, ela consegue estruturar uma sonoridade diferente do que era apresentado anteriormente.
Em canções electropop, a BoA se apoia em canções dançantes para solidificar o seu novo caminho no Japão, que mesmo com sua intensidade diminuída, sempre esteve ali ao lado do público que a apoiou. “First Time” e “Shout It Out” são os maiores pontos do disco, mesmo que seja apenas em seu início, mas no decorrer da duração do álbum, também podemos encontrar “MASAYUME CHASING”, que talvez seja a sua canção japonesa mais consumida atualmente por ter sido escolhida como o tema de abertura do anime Fairy Tail.
WHO’S BACK demonstra um bom retorno ao Japão e demonstra que faltava apenas um pouco de vontade na produção para que o seu som se renovasse. - João Vitor

Kiss My Lips
2015
★★
O Kiss My Lips marca 15 anos de BoA na indústria do entretenimento, o álbum apresenta novas facetas da artista, que assume os papéis de produtora e compositora na maior parte do projeto. Essa influência direta se reflete em um leque sonoro mais diverso, onde o electropop e grooves de funk ditam o tom das faixas mais dançantes.
Contudo, a proposta de ser um álbum pop despretensioso, com canções por vezes propositalmente "vazias", tem seu revés: algumas faixas soam genéricas, especialmente as que mergulham no synthpop. Ainda assim, músicas como "Smash", "Shattered" e "Double Jack" se destacam dentro dessa proposta, mostrando-se divertidas, sólidas e cativantes.
Se fôssemos imaginar um relançamento deste álbum hoje, seria ideal rever a duração das músicas. Várias delas se aproximam dos quatro minutos, e a estrutura repetitiva se desgasta, gerando a sensação de que "não há nada demais aqui". Apesar de o álbum ter apenas 45 minutos no total, a distribuição desse tempo é desigual. Enquanto faixas como "Smash" e "Who Are You" pediam mais desenvolvimento, outras como "Home" e "Love and Hate" se tornam exaustivas pela falta de conteúdo e mereciam ser mais concisas. - Antonio Rivers
2015
★★
O Kiss My Lips marca 15 anos de BoA na indústria do entretenimento, o álbum apresenta novas facetas da artista, que assume os papéis de produtora e compositora na maior parte do projeto. Essa influência direta se reflete em um leque sonoro mais diverso, onde o electropop e grooves de funk ditam o tom das faixas mais dançantes.
Contudo, a proposta de ser um álbum pop despretensioso, com canções por vezes propositalmente "vazias", tem seu revés: algumas faixas soam genéricas, especialmente as que mergulham no synthpop. Ainda assim, músicas como "Smash", "Shattered" e "Double Jack" se destacam dentro dessa proposta, mostrando-se divertidas, sólidas e cativantes.
Se fôssemos imaginar um relançamento deste álbum hoje, seria ideal rever a duração das músicas. Várias delas se aproximam dos quatro minutos, e a estrutura repetitiva se desgasta, gerando a sensação de que "não há nada demais aqui". Apesar de o álbum ter apenas 45 minutos no total, a distribuição desse tempo é desigual. Enquanto faixas como "Smash" e "Who Are You" pediam mais desenvolvimento, outras como "Home" e "Love and Hate" se tornam exaustivas pela falta de conteúdo e mereciam ser mais concisas. - Antonio Rivers

私このままでいいのかな
2018
★★★
BoA foi um nome muito importante para a ascensão do k-pop dentro do mercado japonês, com ela sendo considerada o primeiro ato da indústria fonográfica coreana a alcançar sucesso no Japão, com seu disco Listen To My Heart. Ela construiu dessa forma uma discografia japonesa consistente e bem-sucedida, que muitas vezes se destaca mais que os lançamentos focados ao público coreano.
O seu último álbum com promoção voltada à terra do sol nascente, 私このままでいいのかな, opera em uma ótica bastante comum para artistas de k-pop em seus lançamentos, trazendo um disco recheado de referências ecléticas que dialogam com diferentes tendências vigentes na indústria no momento. É um registro que tem seus melhores momentos quando se situa no pop eletrônico do período, com faixas como “lookbook” e “Mannish Chocolat” sendo incursões frenéticas em estilos EDM que ficaram em alta em certa parte daquela década.
Como um disco que segue muito o padrão comum de lista de faixas de álbuns pop, ele tem uma estrutura de mistura de pop dançante com baladas que garante uma experiência incongruente, não só pelas quebras de ritmo constantes, mas também pelas faixas midtempo adulto-contemporâneas serem muito genéricas. Apesar disso, o registro abre espaço em vários momentos para abordagens divertidas quando se situa no dance-pop. - Davi Bittencourt
2018
★★★
BoA foi um nome muito importante para a ascensão do k-pop dentro do mercado japonês, com ela sendo considerada o primeiro ato da indústria fonográfica coreana a alcançar sucesso no Japão, com seu disco Listen To My Heart. Ela construiu dessa forma uma discografia japonesa consistente e bem-sucedida, que muitas vezes se destaca mais que os lançamentos focados ao público coreano.
O seu último álbum com promoção voltada à terra do sol nascente, 私このままでいいのかな, opera em uma ótica bastante comum para artistas de k-pop em seus lançamentos, trazendo um disco recheado de referências ecléticas que dialogam com diferentes tendências vigentes na indústria no momento. É um registro que tem seus melhores momentos quando se situa no pop eletrônico do período, com faixas como “lookbook” e “Mannish Chocolat” sendo incursões frenéticas em estilos EDM que ficaram em alta em certa parte daquela década.
Como um disco que segue muito o padrão comum de lista de faixas de álbuns pop, ele tem uma estrutura de mistura de pop dançante com baladas que garante uma experiência incongruente, não só pelas quebras de ritmo constantes, mas também pelas faixas midtempo adulto-contemporâneas serem muito genéricas. Apesar disso, o registro abre espaço em vários momentos para abordagens divertidas quando se situa no dance-pop. - Davi Bittencourt

ONE SHOT, TWO SHOT
2018
★★★★
Em seu primeiro mini álbum, inacreditavelmente lançado após 18 anos de carreira, Kwon Boah, a BoA, faz jus a um de seus vários epítetos: a Rainha do Kpop marca de modo majestoso seu retorno às paradas e aos ouvidos da Coreia do Sul. As sete faixas que compõem ONE SHOT, TWO SHOT parecem ter sido escolhidas à dedo, pois combinam entre si ao passo que BoA passeia por gêneros musicais até então pouco confortáveis a ela. Há elementos que remetem a EDM, deep house, hip-hop e R&B, e mesmo que não haja tanta familiaridade com tais ritmos, a cantora os explora com a segurança e a leveza dignas de uma imperatriz.
Em tempos de inúmeros insucessos e lacunas na tentativa de reinvenção do pop, o equilíbrio invejável do EP parece brilhar. "EVERYBODY KNOWS" e "NEGA DOLA" são um ótimo par de faixas refrescantes e divertidas, quase tropicais. Já "YOUR SONG" e "ALWAYS, ALL WAYS" contrapõem as anteriores, dando peso ao álbum, em meio a parcerias-chave que parecem fazer com que os vocais de BoA tenham ainda mais destaque.
"RECOLLECTION" é aquela canção "pau para qualquer obra": dá para ouvir e imaginá-la tocando em comerciais de TV, lojas, faxinas de domingo, trilhas sonoras de novelas, uma viagem de carro com os amigos, um karaokê de sexta a noite por aí vai. Por fim e não menos importante, a faixa de abertura, homônima ao álbum, tem letras simples e repetições marcantes, que causam uma primeira ótima impressão, enquanto "CAMO" leva o álbum ao seu apogeu ao mesmo tempo que o encerra. Com ONE SHOT, TWO SHOT, BoA tece e desfila em seu próprio tapete vermelho, depositando mais uma joia no castelo que se tornou sua consolidada carreira e abrindo caminhos para explorações que continuariam em obras posteriores. - Raquel Nascimento
2018
★★★★
Em seu primeiro mini álbum, inacreditavelmente lançado após 18 anos de carreira, Kwon Boah, a BoA, faz jus a um de seus vários epítetos: a Rainha do Kpop marca de modo majestoso seu retorno às paradas e aos ouvidos da Coreia do Sul. As sete faixas que compõem ONE SHOT, TWO SHOT parecem ter sido escolhidas à dedo, pois combinam entre si ao passo que BoA passeia por gêneros musicais até então pouco confortáveis a ela. Há elementos que remetem a EDM, deep house, hip-hop e R&B, e mesmo que não haja tanta familiaridade com tais ritmos, a cantora os explora com a segurança e a leveza dignas de uma imperatriz.
Em tempos de inúmeros insucessos e lacunas na tentativa de reinvenção do pop, o equilíbrio invejável do EP parece brilhar. "EVERYBODY KNOWS" e "NEGA DOLA" são um ótimo par de faixas refrescantes e divertidas, quase tropicais. Já "YOUR SONG" e "ALWAYS, ALL WAYS" contrapõem as anteriores, dando peso ao álbum, em meio a parcerias-chave que parecem fazer com que os vocais de BoA tenham ainda mais destaque.
"RECOLLECTION" é aquela canção "pau para qualquer obra": dá para ouvir e imaginá-la tocando em comerciais de TV, lojas, faxinas de domingo, trilhas sonoras de novelas, uma viagem de carro com os amigos, um karaokê de sexta a noite por aí vai. Por fim e não menos importante, a faixa de abertura, homônima ao álbum, tem letras simples e repetições marcantes, que causam uma primeira ótima impressão, enquanto "CAMO" leva o álbum ao seu apogeu ao mesmo tempo que o encerra. Com ONE SHOT, TWO SHOT, BoA tece e desfila em seu próprio tapete vermelho, depositando mais uma joia no castelo que se tornou sua consolidada carreira e abrindo caminhos para explorações que continuariam em obras posteriores. - Raquel Nascimento

WOMAN
2018
★★★★
Não há dúvidas de que 2018 foi um ano de muito trabalho para BoA, que se dividiu entre lançamentos japoneses e coreanos importantes para sua discografia. Em WOMAN, o nono álbum coreano da cantora e último trabalho a ser lançado naquele ano, há uma explícita maturidade exposta, quase como uma prova da ótima adaptação de BoA em relação ao R&B e ao dance contemporâneos, que já haviam sido explorados em vários momentos anteriores e agora reaparecem com roupagem mais personalizada, fazendo com que cada vez mais pareçam ter nascido para os seus vocais.
Solidez, equilíbrio, refinamento, doses de elegância e sensualidade. Tudo sem parecer engessado ou forçado, mas, ao contrário, levando a crer que BoA se sente totalmente confortável ao apresentá-los ao público, sem personas, quase como a personalidade da própria artista ao se expor. Até mesmo as ballads, que já foram ponto de crítica em obras anteriores, aqui parecem se adequar bem, sem exageros ou faltas, garantindo uma razoabilidade positiva até mesmo nas músicas de menos destaque. Por mais que eu tenha minhas faixas favoritas (destaco "Like it!","Good Love", “Woman", "I Want You Back" e "If", nessa ordem), penso que a obra pende para uma espécie de "mediania áurea", buscando o equilíbrio do todo mais do que realces isolados. E é justamente por isso que ela se destaca.
WOMAN não é um álbum inventivo, sendo mais um resultado sólido de um processo de autodescoberta e refinamento artístico que já se estendia ao longo de 18 anos, e que viria a se expandir mais e mais e explorar outras fontes em BETTER (2020). Mas de modo algum ele fica aquém de um lançamento digno da Rainha do K-pop, revelando sua adaptabilidade e versatilidade conforme deixa transparecer que BoA encontrou seu lugar e é capaz de se apropriar dele de um jeito incrível, seja ele qual for. - Raquel Nascimento
2018
★★★★
Não há dúvidas de que 2018 foi um ano de muito trabalho para BoA, que se dividiu entre lançamentos japoneses e coreanos importantes para sua discografia. Em WOMAN, o nono álbum coreano da cantora e último trabalho a ser lançado naquele ano, há uma explícita maturidade exposta, quase como uma prova da ótima adaptação de BoA em relação ao R&B e ao dance contemporâneos, que já haviam sido explorados em vários momentos anteriores e agora reaparecem com roupagem mais personalizada, fazendo com que cada vez mais pareçam ter nascido para os seus vocais.
Solidez, equilíbrio, refinamento, doses de elegância e sensualidade. Tudo sem parecer engessado ou forçado, mas, ao contrário, levando a crer que BoA se sente totalmente confortável ao apresentá-los ao público, sem personas, quase como a personalidade da própria artista ao se expor. Até mesmo as ballads, que já foram ponto de crítica em obras anteriores, aqui parecem se adequar bem, sem exageros ou faltas, garantindo uma razoabilidade positiva até mesmo nas músicas de menos destaque. Por mais que eu tenha minhas faixas favoritas (destaco "Like it!","Good Love", “Woman", "I Want You Back" e "If", nessa ordem), penso que a obra pende para uma espécie de "mediania áurea", buscando o equilíbrio do todo mais do que realces isolados. E é justamente por isso que ela se destaca.
WOMAN não é um álbum inventivo, sendo mais um resultado sólido de um processo de autodescoberta e refinamento artístico que já se estendia ao longo de 18 anos, e que viria a se expandir mais e mais e explorar outras fontes em BETTER (2020). Mas de modo algum ele fica aquém de um lançamento digno da Rainha do K-pop, revelando sua adaptabilidade e versatilidade conforme deixa transparecer que BoA encontrou seu lugar e é capaz de se apropriar dele de um jeito incrível, seja ele qual for. - Raquel Nascimento

Starry Night
2019
★★★★
O R&B Contemporâneo sempre foi um norte para os lançamentos de BoA e, em Starry Night, a artista toma uma direção singular em sua carreira na exploração desse território musical. O EP toma uma visão do R&B com uma energia mais suave, lento e fortemente voltado para referências do soul e do funk.
Essa abordagem bem realizada torna o registro um dos grandes destaques da discografia de BoA. Canções como “Starry Night”, “Butterfly”, “I Don't Mind” e “Dry Flower” misturam em uma instrumentação sofisticada grooves de funk no baixo, teclados que remetem ao soul e baterias que trazem uma sensação do motown nos anos 60, além de momentos pontuais que sua sonoridade tem um charme jazz leve. Os vocais da cantora soam, nessa ótica, poderosos para sustentar a importância de uma voz forte dentro do soul.
Essa produção que apresenta elementos remetentes aos anos 60 e 70 é, ao mesmo tempo, muito atual, devido à excelente incorporação ao contexto do R&B contemporâneo, como na faixa “Starry Night”, principalmente, em que ao mesmo tempo que alguns elementos fazem referência a aspectos retrô, o groove da canção é curiosamente muito mais próximo do neo-soul. Já “Black”, por sua vez, é totalmente mergulhada no R&B alternativo e suas incursões no eletrônico, em um ambiente etéreo mas carregado de texturas graves que, apesar de parecerem sutis, constroem qualidades essenciais na música. É um disco nesse sentido que tem êxito em misturar boas referências do passado do R&B com abordagens dentro do cenário atual do gênero. - Davi Bittencourt
2019
★★★★
O R&B Contemporâneo sempre foi um norte para os lançamentos de BoA e, em Starry Night, a artista toma uma direção singular em sua carreira na exploração desse território musical. O EP toma uma visão do R&B com uma energia mais suave, lento e fortemente voltado para referências do soul e do funk.
Essa abordagem bem realizada torna o registro um dos grandes destaques da discografia de BoA. Canções como “Starry Night”, “Butterfly”, “I Don't Mind” e “Dry Flower” misturam em uma instrumentação sofisticada grooves de funk no baixo, teclados que remetem ao soul e baterias que trazem uma sensação do motown nos anos 60, além de momentos pontuais que sua sonoridade tem um charme jazz leve. Os vocais da cantora soam, nessa ótica, poderosos para sustentar a importância de uma voz forte dentro do soul.
Essa produção que apresenta elementos remetentes aos anos 60 e 70 é, ao mesmo tempo, muito atual, devido à excelente incorporação ao contexto do R&B contemporâneo, como na faixa “Starry Night”, principalmente, em que ao mesmo tempo que alguns elementos fazem referência a aspectos retrô, o groove da canção é curiosamente muito mais próximo do neo-soul. Já “Black”, por sua vez, é totalmente mergulhada no R&B alternativo e suas incursões no eletrônico, em um ambiente etéreo mas carregado de texturas graves que, apesar de parecerem sutis, constroem qualidades essenciais na música. É um disco nesse sentido que tem êxito em misturar boas referências do passado do R&B com abordagens dentro do cenário atual do gênero. - Davi Bittencourt

BETTER
2020
★★★★★
Em seu décimo álbum de estúdio, aqui a BoA já chega em um patamar acima dos apresentados anteriormente. Passando por diversos gêneros em toda a sua carreira, o álbum comemorativo dos 20 anos de sua estreia na música continua a ser um ponto firme em sua discografia.
BETTER apresenta faixas divertidas (“Honey & Diamonds”), baladas poderosas (“Start Over”) – e até mesmo um Pop R&B na faixa-título do disco, que é, inclusive, uma regravação de uma cantora americana. Encabeçando o processo criativo do álbum, alguém que conhece minimamente a BoA percebe todas as influências de gostos pessoais nas faixas, e em como o disco se porta.
Maduro, denso, intenso. Talvez sejam as três palavras que mais definam o BETTER, e em faixas como “L.O.V.E.” e “Temptations”, conseguimos perceber a qualidade acerca da artisticidade evoluída da sul-coreana. - João Vitor
2020
★★★★★
Em seu décimo álbum de estúdio, aqui a BoA já chega em um patamar acima dos apresentados anteriormente. Passando por diversos gêneros em toda a sua carreira, o álbum comemorativo dos 20 anos de sua estreia na música continua a ser um ponto firme em sua discografia.
BETTER apresenta faixas divertidas (“Honey & Diamonds”), baladas poderosas (“Start Over”) – e até mesmo um Pop R&B na faixa-título do disco, que é, inclusive, uma regravação de uma cantora americana. Encabeçando o processo criativo do álbum, alguém que conhece minimamente a BoA percebe todas as influências de gostos pessoais nas faixas, e em como o disco se porta.
Maduro, denso, intenso. Talvez sejam as três palavras que mais definam o BETTER, e em faixas como “L.O.V.E.” e “Temptations”, conseguimos perceber a qualidade acerca da artisticidade evoluída da sul-coreana. - João Vitor

2022
★★
Em dezoito minutos, o terceiro mini álbum de BoA é maduro, rebelde, divertido e semelhante com os moldes de músicas de K-pop desde 2020, guitarras elétricas, hip hop, R&B, new-wave e romântica.
“Forgive Me” e “Breathe” são as mais rebeldes do mini álbum, que se balanceiam com a melancolia da balada “Hope” e “After Midnight”, e, definitivamente, parece que virou uma tradição entre os artistas da SM ter uma música como “ZIP” em seus álbuns nos últimos cinco anos, o tom de empoderamento e confiança e coração partido revoltado.
No geral, Forgive Me tem pouco R&B e mais reciclagem genérica de alguma-coisa-meio-rock-and-roll, que se tornou comum no K-pop, mas ainda é consistente e merece atenção. - BeatriS