Crítica | MARTEMORTE


★★★★☆
4/5

MONCHMONCH apresenta seu conceitual álbum-quadrinho, uma obra barulhenta e fortemente inspirada em videogames, cartoons, histórias em quadrinhos, críticas ao sistema capitalista e referências musicais como Tom Zé e Viagra Boys.

O disco mergulha em uma atmosfera apocalíptica e chega acompanhado de uma HQ que ilustra cada uma das nove faixas, deixando a experiência ainda mais interessante e reforçando o significado do nome artístico MONCHMONCH — onomatopeia usada em HQs para representar mordidas ou algo sendo devorado.

Sonoramente, o disco aposta em um punk experimental que abusa de guitarras distorcidas, ritmos acelerados e barulhos pouco convencionais — de descargas de privada a chamadas telefônicas alienígenas — como na divertida “CRYPTOQUEIJOS”, que transmite um tom de pós-ironia ao trabalho.

O sarcasmo está presente ao longo de todo o álbum. O humor peculiar mantém o ouvinte engajado do início ao fim, como em uma velha HQ de ficção científica, onde o universo lúdico também serve como veículo para criticar o capitalismo. Essa crítica permeia as letras, mesclando diversão e acidez na medida certa.

A faixa “RASGA CÉU” é outro grande destaque do disco, com um tempero tropicalista que remete claramente a Tom Zé e aos Mutantes, trazendo um saudosismo e valorização de um grande marco da música brasileira.

Por fim, faço um comentário particular: como apreciadora de histórias em quadrinhos, confesso que anseio por acompanhar essa loucura, não só em música, mas também nas páginas de HQ vendidas nos shows do artista.

Selo: Seloki
Formato: LP
Gênero: Rock / Experimental, Punk
Vit

Sou a Vit, apaixonada pelo universo musical desde que me entendo por gente, especialmente por vocais femininos. Editora sênior e repórter no Aquele Tuim, onde faço parte das curadorias de Música Latina/Hispanófona e Pop.

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