Crítica | Trovão Furioso 2006


★★★☆☆
3/5

O forró, por si próprio, é um gênero musical cuja história já passou por diversas transformações. O tradicional deu uma guinada para a eletrônica em meados dos anos 90 com a implantação das guitarras elétricas, e continua se transformando até hoje, dado o trabalho de artistas como Wândalo com “Bote Arca pra Tocar”, de 2023, e Pabllo Vittar, que ao longo de sua carreira também deu novas características ao gênero.

E para doh.ru, DJ e produtora paulista, que encontra na música seu refúgio para expressar quem é, o gênero nordestino parece ser uma excelente ferramenta para seu mais novo EP, Trovão Furioso 2006, que é dotado de uma grande experimentação de música eletrônica com forró.

Com apenas quatro faixas em sua estrutura completa, Trovão Furioso 2006 é um projeto poderoso em termos de veia criativa. Ele é bastante ousado ao utilizar, com intercalações, o que diz respeito à sua fonte inspiradora. É possível perceber a presença desses fortes movimentos criativos em todas as faixas do trabalho.

Porém, “Lágrima de Sereia” e “Sangue-Guarani”, se destacam mais por suas construções que consistem sempre em emulações de sanfonas misturados com ruído e um drum n' bass característico — é algo diferente do que já havia sido feito antes com o forró, e chama a atenção por ser mais uma prova de como o ritmo tradicional nordestino ainda pode ser transformado em um projeto criativamente divertido e ousado.

Selo: Independente
Formato: EP
Gênero: Música Brasileira / Eletrônica, Forró
Joe Luna

Futuro graduando de Economia Ecológica (UFC), 22 anos. Educador ambiental, e redator no Aquele Tuim, onde faço parte das curadorias de MPB, Pós-MPB e Música Brasileira e Música Latina/Hispanófona. Além disso, trago por muitas vezes em minha escrita uma fusão com meu lado ambientalista.

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