Reprodução: Instagram
★★★★☆
4/5
4/5
“Do Rio, Brasil, até Califórnia, todo esse caminho até o Coachella. Senhoras e senhores, Ludmilla”. Ser introduzida em seu próprio show por um áudio de Beyoncé é, possivelmente, a coisa mais grandiosa que pode acontecer a um artista. Mais ainda se a artista em questão for LUDMILLA, uma devota da popstar norte-americana desde antes de dar os primeiros passos na carreira musical. No entanto, a apresentação da carioca no primeiro fim de semana do festival Coachella deixa claro que ninguém é mais capaz de reafirmar sua grandiosidade do que ela mesma.
Com pouco menos de 40 minutos de duração, o show de LUDMILLA foi, infelizmente, mais curto do que merecia. Segura como nunca, a artista deixou claro ao longo da apresentação que, embora ainda seja desconhecida para boa parte do público do festival, sua grandiosidade é fruto de mais de uma década de carreira, uma das mais longevas da geração pop que surgiu no revival do gênero aqui no Brasil. Hits que vão do funk ao pagode, apesar do pouco tempo que tinham para ser apreciados, se fizeram presentes no espetáculo, que não soou corrido, mas ágil e muito bem amarrado, destacando a versatilidade da cantora sem soar disperso.
Apesar das tantas sonoridades presentes no setlist, do R&B a la Kehlani de “Sintomas de Prazer” ao afrobeat em “Piña Colada” — primeira música de LUDMILLA em espanhol — foi no funk, logo no começo do show, que a cantora roubou a cena. Mais autêntica do que em sua apresentação no festival The Town, em São Paulo, no ano passado, a artista hipnotizou o público ao som de sucessos como “Rainha da Favela”, “Fala Mal de Mim” e “Onda Diferente”.
Sem sacrificar sua essência para estrear em palcos internacionais, LUDMILLA fez uma excelente estreia no Coachella. Dinâmico e eletrizante, a apresentação endossa o título de uma das canções mais recentes da artista: a preta venceu. E seguirá vencendo.