Madonnismo cultural


É como se uma força, que não sei de onde vem, movesse todos os meus pensamentos em uma direção: Madonna.

Desde que foi anunciada a chegada de Madonna ao Brasil, eu e meio milhão de outros gays sabíamos que seria algo atípico, incômodo por um lado, mas fascinante por outro. E estamos aqui, poucas horas antes da Celebration Tour sacudir as areias de Copacabana, e mesmo não estando lá, eu posso senti-lá.

Como muitos, sou movido pela emoção da música. E como parte de um caminho na música, Madonna é uma das artistas que me move. Ao longo da semana, tive dificuldade em seguir minha rotina, em me concentrar nas tarefas da faculdade ou mesmo em escrever aqui – embora isso tenha mudado nos especiais que criamos no site para comemorar a vinda da Rainha.

É como se o tecido da realidade se rasgasse lentamente e uma força, que não sei de onde vem, movesse todos os meus pensamentos em uma direção: Madonna. Nas redes sociais, qualquer sinal dela me deixa extasiado, qualquer vídeo de fãs cantando suas músicas ou exibindo suas tatuagens para repórteres de TV gera uma emoção que não sei exatamente distinguir.

Minha mãe, que sempre me acompanhou no madonnismo cultural, seja assistindo as apresentações da diva, os videoclipes na TV da sala na hora do almoço ou me dando seus CDs de presente, corre me chamar aos berros quando o comercial da Globo ou qualquer menção de Madonna surge na programação comum. É uma espécie de contágio sensorial que transcende a paixão individual de fã (e todos nós estamos sentindo isso).

Neste momento me encontro, depois de passar 24/7 desde segunda-feira (29/05) pensando nela, em projeção astral, conectado ao cordão das minhas besties que desembarcam no Rio de Janeiro para viver o dia histórico que será amanhã. É como Caio Fernando Abreu disse em 1993:

Madonna dá vontade dessa coisa sagrada: viver.
Matheus José

Graduando em Letras, 23 anos. No Aquele Tuim, faço parte das curadorias de Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

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