Crítica | Norther


★★★☆☆
3/5

Norther, primeiro álbum do Ex-Easter Island Head em oito anos, não se compromete com avanços definitivos, nem tenta recuperar sinais passados que fizeram do grupo um páreo importante para o drone ao longo da década de 2010, essencialmente após o disco Twenty-Two Strings, de 2016.

Norther ainda mantém os pés no drone e na música ambiente que vai e vem como se fosse um pistão dedicado a nos empurrar através das longas e densas camadas de sintetizadores sonolentos e pequenos arranjos que se agrupam como se estivessem dispostos a evitar fazer qualquer tipo de barulho ou ruído transgressor (numa maior dosagem de experimentação). Mas, ao contrário de outros álbuns que demarcam este espaço, Norther é algo fácil de distinguir, consumir e compreender.

“Magnetic Language”, por exemplo, vai além de ser apenas uma faixa metalinguística para incluir ondas magnéticas em sua melodia: é um dos pontos inusitados explorados pelo grupo por meio de cordas e fragmentos vocais ininteligíveis que, ao serem replicados, criam tempo de organização adequado de acordes, sons e imagens geradas em nosso subconsciente. É uma jornada sem rumo, mas que chega ao fim da linha com enorme satisfação.

Selo: Rocket
Formato: LP
Gênero: Ambiente / Drone, Eletrônica
Matheus José

Graduando em Letras, 23 anos. É editor sênior do Aquele Tuim, em que integra as curadorias de Funk, Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

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