Crítica | Goodbyehouse


★★★☆☆
3/5

Em Goodbyehouse, a dupla dinamarquesa snuggle, formada por Andrea Thuesen e Vilhelm Strange, explora a nostalgia aconchegante de um bom pop melancólico. Seus acordes se infiltram por camadas densas e estruturas facilmente reconhecíveis, exceto que soam muito específicos ao seu trabalho e carregam suas marcas criativas – uma espécie de bucolismo adornado com memórias sonoras descompassadas de bandas de rock alternativo que certamente fizeram parte da minha infância e da sua. As faixas iniciais “Sun Tan”, “Woman Lake” e “Dust” são dramaticamente pop, com arranjos sintéticos ao lado de guitarra e percussão. Elas soam como o oposto da tendência nostálgica do Y2K que paira sobre a música pop – há momentos que parecem reconstruir uma linha do tempo que beira o surreal.

A voz doce e angelical de Andrea contribui para a composição onírica do álbum como um todo. “Driving Me Crazy”, por exemplo, é um sinal divertido e amigável da conexão que a dupla busca criar, como uma pequena conversa entre eles, com a voz de Andrea e o instrumento de Vilhelm ditando o tema em questão. “Music has always been a social practice for me. A way to be together, and create, and have an community around something”, eles comunicam. As faixas seguintes retornam a um pop sonoramente romântico e relaxante. E é justamente aqui que o álbum cumpre sua intenção de gerar conexões, tanto emocionais quanto afetivas, por meio da música, cujos acordes nunca excedem a taciturnidade que aparenta ter em relação às relações geradas a partir de sua criação. Por isso que Goodbyehouse acaba trazendo uma camada a mais de correspondência com as nossas memórias, se apoiando em vocais relaxantes e instrumentos tranquilos. Trata-se de um disco para relaxar e sentir o momento. E se conectar com as pessoas.

Compre: Bandcamp
Selo: escho
Formato: EP
Gênero: Pop / Rock

beatriS

Bibliotecário nas horas vagas. Faço parte das curadorias de Música do Leste e Sudeste Asiático, Rock e Experimental.

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