Crítica | THAT'S SHOWBIZ BABY!


★★★☆☆
3/5

THAT'S SHOWBIZ BABY! é uma das estreias mais notáveis quando colocamos JADE no recorte de artistas que se destacaram longe de seus grupos musicais. Aqui, no caso, o britânico Little Mix, que em vida nunca havia lançado sequer um disco realmente bom. E é justamente aí que reside o aspecto mais curioso deste álbum: sozinho, ele consegue ser melhor do que absolutamente tudo o que JADE havia feito ao lado de suas colegas, o que rende a ela um ponto gigantesco. Mais do que entregar algo de qualidade, a artista conseguiu conquistar um público que fez a longa espera por esse material valer a pena, já que sua produção envolveu tanto percalços dignos de uma cinebiografia repleta de altos e baixos, quanto o desejo de JADE em se dedicar com devoção ao pop. E é exatamente isso que THAT'S SHOWBIZ BABY! representa. Logo na primeira amostra do que o álbum viria a ser, “Angel Of My Dreams”, ficou evidente como JADE estava disposta a mergulhar em um som que vasculha múltiplos cenários do pop dos quais ela sempre fez parte.

Há, porém, uma combustão voltada ao dance que guia as 14 músicas do início ao fim, sem tempo para pausas, apenas interrupções desnecessárias. Soa, por isso, demasiadamente extenso, mais do que se pode imaginar. A segunda metade é repleta de fillers, com algumas faixas que não apenas quebram o ritmo (“Natural at Disaster”), como também soam desajustadas à própria ida de JADE ao palanque do autoconhecimento ou da exposição pessoal, já bastante expressos ao longo do disco e em momentos mais divertidos como “Unconditional”. Nela, o tema íntimo está ligado ao diagnóstico de lúpus de sua mãe, fornecendo a JADE bases para resistir diante de uma questão tão delicada quando não se pode fazer nada para mudar tal realidade. O mais interessante é que, por mais que o ritmo seja quebrado, ou que a quantidade excessiva de faixas comprometa o aproveitamento do álbum, ainda assim há um equilíbrio. E é justamente por esse motivo que tudo se encerra quase como começou: com um convite à dança em “Silent Disco”, um destaque absoluto.

Selo: RCA
Formato: LP
Gênero: Pop / Dance Pop

Matheus José

Graduando em Letras, 24 anos. É editor sênior do Aquele Tuim, em que integra as curadorias de Funk, Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

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