Crítica | Testa Dura


★★★☆☆
3/5

Lançado por um dos selos de música eletrônica mais importantes da atualidade, o EP Testa Dura, do parisiense De Grandi, supera as possibilidades do dubstep subjacente ao tom noturno: sua composição é quase diurna, dançante em um nível de precisão sem igual, mas clara como a luz do sol. Para alcançar esse resultado, o produtor aposta em um cruzamento inusitado de sub-baixos pesados e percussões que acenam para ritmos tribais e dialogam com latinidades próximas do hard drum.

O melhor exemplo disso está nas faixas “Rock Roll” e “SssPressO”. Enquanto a primeira incendeia a rave com uma quantidade quase incalculável de batidas secas por segundo, a segunda adentra a selva, criando uma atmosfera que antevê o drop com uma tensão surreal de choques elétricos, que dura mais de um minuto antes da percussão invadir a estrutura e desfazê-la como um dente-de-leão diante da turbina de um Antonov An-225. A sequência, “Yeah But Still”, mais pontiaguda e com um abastado uso de lasers, prolonga o efeito das anteriores. É uma das melhores projeções da música eletrônica em 2025. Preciso de mais, dê-me mais, De Grandi!

Selo: TraTraTrax
Formato: EP
Gênero: Eletrônica / Dubstep

Matheus José

Graduando em Letras, 24 anos. É editor sênior do Aquele Tuim, em que integra as curadorias de Funk, Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

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