
★★★★☆
4/5
4/5
Aqui, noologia propõe sua assinatura, que sobressai visões de funk e eletrônica. Daria pra dizer que há algo próprio, e novo, mas seria injusto com a própria trajetória do projeto, que lida com suas referências de forma surreal, calculada num sentido livre, para causar no ouvinte experiências até mesmo externas à música. Tudo é coordenado por um design de som que triunfa em texturas líquidas e grudentas como látex (“BEAT PSICOSSEXUAL”) e agressivas num estado de realmente expelir socos em forma de batidas (“MÁQUINA:ANIMAL”). É um produto químico que altera seus sentidos a todo instante, e não consigo pensar em nada mais abrasivo, cheio de atrito, do que isso dentro do funk e da eletrônica brasileira, talvez apenas Iguana em ESCAMA. Em “MARRETA BIÔNICA (LASER DUB)”, a acapella é desmembrada por baixos e lasers rasteiros, que escorrem pela faixa numa velocidade indistinguível. É o tipo de música que só se absorve depois de ouvir uma, duas, três vezes, de tão complexa e densa, com elementos impossíveis de serem apontados, apenas sentidos. E talvez por isso passe longe de ser classificada: é indomável, selvagem.
Selo: arritmos
Formato: EP
Gênero: Experimental