Crítica | There’s Always More That I Could Say


★★☆☆☆
2/5

Eu amo quando um álbum de música pop é ligado nos 220w, porque sempre acaba sobrando menos espaço para quebras de ritmo com baladas, já que todo artista pop acha que sabe fazer uma. Em There’s Always More That I Could Say, de Sigrid, isso acontece justamente na faixa-título, “There’s Always More That I Could Say”, que se opõe das demais por adotar um tom emotivo e meloso, sustentado por vocais e estruturas reduzidas. Isso não quer dizer, porém, que o álbum ganhe força nos momentos agitados, até porque esse agito não passa de um som que ela mesma já explorou antes à exaustão.

É como se o disco fosse uma reunião de tudo aquilo em que Sigrid vem apostando desde que surgiu. E é aí que está o problema: ela tem pouco a oferecer. Suas letras assumem um tom universal que qualquer artista de indie pop poderia cantar e lançar em algum canto da internet. E seu som é exatamente isso: um indie pop básico, sem variações que o tornem mais emocionante do que tenta ser. Ela até tenta provocar uma implosão de ritmo com o jeito de cantar, mas não funciona; essa estrutura se repete em absolutamente todas as faixas, tornando-se especialmente irritante em “Do It Again”, o resumo exato da fraqueza de tudo o que There’s Always More That I Could Say propõe.

Selo: EMI, Island, Universal UK
Formato: LP
Gênero: Pop / Indie Pop

Matheus José

Graduando em Letras, 24 anos. É editor sênior do Aquele Tuim, em que integra as curadorias de Funk, Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

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