Uma lista com Tim Hecker, Lucy Liyou, Awakened Souls, Ryuichi Sakamoto e mais!
Nesta publicação, os redatores do Aquele Tuim foram responsáveis por listar os 10 melhores discos de música ambiente lançados em 2023. Partindo da premissa de que o gênero pode ser composto por inúmeros outros estilos além do drone, eletroacústica etc., aqui você encontra uma variedade de obras que abrangem diferentes espaços e conceitos musicais que chamaram a atenção ao longo do ano.
10.
Batismo
Barulhista
Sendo, infelizmente, o único registro brasileiro nesta lista, Barulhista conversa com o que tem de melhor na eletroacústica para desafiar os limites de interseção do Brasil com outras culturas e a música ambiente. É interessante, intrinsecamente vazio e complexo, e vale totalmente a pena dedicar um tempo para ouvi-lo. — Sophia
9.
Dog Dreams (개꿈)
Lucy Liyou
Até onde a música eletroacústica vai, esse é um dos discos mais bonitos possíveis de se alcançar. A fotografia embaixo d’água da capa exemplifica bem as paisagens acobertadas pela sonoridade intangível e surrealista do disco, como uma ida a um céu idealizado, mas auto-consciente de suas limitações. Se perca em sua grandeza e o álbum te trará um banquete de sensações para te saciar. — Sophia
8.
Broken to Echoes
Chantal Michelle
Registrado durante a estadia da artista em Nova Iorque, Broken to Echos é assustadoramente familiar. Chantal Michelle atua como grandes nomes do ambiente: captando sons por onde passa e depois criando música. Este sentimento é regido por um propósito universal de criação, mas que aqui, é puramente pessoal, contando com a dedicação da artista em criar algo de sua própria autoria. Mas, embora pareça simples, a dinâmica de construção de Michelle é bastante complexa, ainda mais considerando a sua decisão de evoluir estética e sonoramente de onde havia parado. Neste ponto, Broken to Echos soa, inclusive, como uma resposta direta e concisa sobre sua arte. — Maqtheus
7.
Unlikely Places
Awakened Souls
Como sugere o título, Unlikely Places tem sua objetificação criativa baseada na ideia de que a arte pode ser encontrada em qualquer lugar, até mesmo nos locais mais indesejados. É fantástico porque não só transmite muito bem essa compreensão, como também nos faz refletir sobre o quão fugazes somos neste plano físico, imenso e pouco palatável, e que por vezes é impossível de ser explorado. Obra do projeto awakened souls, formado por James Bernard, produtor já conhecido no cenário da música eletrônica, e Cynthia Bernard, o disco é uma pesquisa bem fundamentada tanto sobre as técnicas aqui utilizadas quanto sobre sua temática, que se baseia em uma percepção humana para poder atingir seus efeitos. Claro que, a nossa compreensão espacial e geográfica também servem de apoio para os artistas, mas o que eles fazem neste registro, em específico, é trabalhar de acordo com uma visão utilitária extremamente positiva acerca de onde a arte reside. — Maqtheus
6.
On Departure
If I Promise
Noturno e sensível, On Departure leva o ouvinte a uma jornada obscura nos reinos da sua própria mente, abusando de companheiros da música ambiente como o glitch, o drone e a eletroacústica para evocar meditações misteriosas. Um dos trabalhos que melhor brinca com a ambiência para transportar a experiência do céu ao inferno em uma dinâmica implacavelmente estática, simplesmente maravilhoso. — Sophia
5.
12
Ryuichi Sakamoto
O minimalismo de Sakamoto Ryuichi é fenomenal, ele era capaz de unir o que tem de mais técnico e erudito na música ambiente com o que há de mais palatável para o grande público, não à toa, chegou a fazer os dois tipo de música ao longo de sua prolífica carreira. Sentiremos muitas saudades. — Tiago Araujo
4.
liminal moments
Neuro... No Neuro
Centrado na ideia de viajar pelos espaços utilizando micro sons, liminal moments, de Neuro… No Neuro, tem exatidão em sua fórmula de expandir o minimalismo com atmosfera ambiente a fim representar alguns breves momentos que cercam sua produção composta por ondas quebradiças e sons online sintonizados por um dos melhores usos do Renoise em 2023. E, assim como outras obras do gênero, liminal moments depende quase exclusivamente de uma atenção extra, principalmente no que diz respeito às suas texturas — organizadas para criar um efeito que, em determinado momento, seja capaz de chamar a atenção do ouvinte. Ou seja, este não é o tipo de disco feito para que você retenha as suas nuances à primeira vista, sendo por isso necessário familiarizar-se com o que o artista tem para oferecer, mesmo que apenas em poucos minutos. — Maqtheus
3.
Orbs
Anthony Naples
Indo numa direção diferente dos outros da lista, orbs é um disco de ambient techno, mas colocando a influência da música ambiente no volume máximo. É interessante o quanto a veia tão obviamente calma do álbum se intercala com os elementos evidentemente eletrônicos e derivados da música EDM, naturalmente corporal e dançante. Apesar de momentos em que o conceito cai por conta de uma execução trêmula, o exercício de orbs permanece instigante. — Sophia
2.
Atlas
Laurel Halo
A intensa carga acústica de Atlas não é apenas uma simples demonstração da capacidade de Laurel Halo em compor cenários. Esse quase vazio é uma construção à parte da forma como ela e seus produtores conseguem desenvolver o espaço onde o ouvinte precisa entrar. É a partir desses indícios que a experiência de modelar a música concreta, com uma certa dinâmica de utilização da abordagem mais acessível possível ao gênero, consegue concretizar seus simbolismos artísticos. Todas estas especificações realçam a consistência do ambiente que se entrelaça através da narrativa interposta em momentos de verdadeira contemplação. — Maqtheus
1.
No Highs
Tim Hecker
Tim Hecker é um dos produtores de música ambiente mais bem vistos pelo público e crítica, e com muita razão. Em No Highs, o clima é nublado, cinzento e, tal qual a capa é, melancólico, hipnagógico e pesado, tornando-se rapidamente um dos melhores discos no catálogo já consagrado do mestre da música ambiente. Aqui, ele se aprofunda no seu poder de adentrar na mente das pessoas, mas também vai muito além disso em visualizações complexas e abstrações incertas — é magnífico. — Sophia
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