Crítica | PIÑATA PACK (VOL. 6)



★★★☆☆
3/5

Deekapz é uma dupla de produtores que vem ganhando certo destaque nacional e internacional nos últimos anos, aparecendo em álbuns de artistas como o icônico rapper BK, niLL e Rubel — embora aparecer nestes últimos seja mais motivo de vergonha. Em sua sexta edição da série de DJ Mixes PIÑATA PACK, eles exploram sua criatividade de um jeito lúdico e solto em 25 minutos de puro lazer.

Eles descrevem o projeto como uma busca pela combinação do “global bass” (eletrônica do exterior) com o funk, e é evidente que eles conseguem traduzir esse desejo com esmo. Na verdade, é tamanha a facilidade com que os estilos se unem que todo o álbum tem um ar de relaxamento, como se fosse feito exclusivamente para desopilar a mente de quem ouve, mas não caindo na armadilha de ficar menos complexo ou carismático por isso. Pelo contrário, PIÑATA PACK (Vol. 6) transborda uma personalidade festiva e serena.

Do dancehall do remix de “Alright”, do ilustríssimo Kendrick Lamar, ao desmantelamento completo de músicas menos conhecidas, como “Party Boppa”, de DJ Rocca, todas têm um pó mágico misturado em suas produções, que faz todas as pequenas ideias brilharem em uníssono. É simplesmente impossível não sorrir ou cantar junto com os clipes de funk ou as famosíssimas músicas que estão sendo padronizadas. Mais difícil ainda é desgostar dos instrumentais suculentos, que podem ir de um tribal house à uma combinação de beat bolha com mandelão numa tranquilidade surpreendente.

Claro que, por soar tão limpo, cheiroso e certinho, parte do apelo do funk e da graça de usar samples tão facilmente reconhecíveis se perdem. Porém, não é como se qualquer um dos PIÑATA PACKs quisessem ser o próximo marco do funk ou da eletrônica brasileira — por mais que, pela escassez do gênero aqui, acaba sucedendo no segundo —, são apenas remixes feitos para se divertir ouvindo, e essa edição em especial atende esse objetivo melhor do que eu esperava.

Selo: Independente
Formato: DJ Mix
Gêneros: Funk / House, Plunderphonics
Sophi

Sophia, 18 anos, estudante e redatora no Aquele Tuim, em que faço parte das curadorias de Rap e Hip Hop e Experimental/Eletrônica e Funk.

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