Crítica | “acid club / wet dreams”


★★☆☆☆
2/5

Tentar é a base para se alcançar uma miríade de metas. Seja para aprender alguma capacidade ou para descobrir uma nova parte de si, a tentativa sempre estará lá para ser sua muleta. Mas não se engane, tentar é errar. Dificilmente irá, nas primeiras tentativas, suceder em qualquer aspecto desejado. Os primeiros passos são assim chamados pois representam a parte de um todo, mas ninguém tem certeza de onde é a linha de chegada. Certo, tentar é, sim, errar, mas quando é a hora de delimitar conclusões? É o pulo do gato: ninguém sabe.

Pode estar ainda no começo de sua carreira artística e fazer o melhor álbum desta, pode estar ainda no começo e ser o seu pior projeto já feito e pode ainda ser nenhum dos dois. Não há fórmula a ser seguida quando se quer fazer música — ao menos quando se quer, realmente, fazê-la —, então todos os resultados são possíveis; isso admite a existência daqueles que são os mais desafortunados ou pusilânimes. Um deles é “acid club”, um acid techno esqueleticamente ordinário, terrível, que só pode ser explicado por uma bad trip (das piores) de ácido.

“wet dreams”, entretanto, prova que as tentativas são indispensáveis e que levam, até certo ponto, a resultados curiosos. O gênero da faixa é incerto, mas se baseia na lógica desconstrutiva do epic collage, que junta elementos de cabo a rabo numa ótica de reflexão espiritual através do maxi-minimalismo. Intriga e se difere da normalidade, mas não se concretiza de fato como um experimento ímpar ou uma música cativante, ou seja, cutuca a mente mas não a prende. Num gênero pautado na repetição e transe, é um defeito. Terão muitos ainda até que um patamar de inovação seja atingido, mas esse é o caminho da experimentação. Talvez, acidentalmente ou não, æternal reinvente a música eletrônica em seu próximo lançamento justamente através dessas tentativas. Aguardaremos.

Selo: Independente
Formato: Single
Gênero: Eletrônica / Acid Techno, Epic Collage
Sophi

Sophia, 18 anos, estudante e redatora no Aquele Tuim, em que faço parte das curadorias de Rap e Hip Hop e Experimental/Eletrônica e Funk.

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