Crítica | ÉXODO


★★★☆☆
3/5

Peso Pluma não é um artista fácil. Quero dizer, ele não é um artista que as pessoas facilmente caem a seus pés e adoram seu trabalho por ser uma representação rudimentar de suas vidas. É estranho, já que os temas são sempre os mesmos neste contexto pop latino. Existem diferenças, obviamente, mas a maior parte do que ele expõe não está longe do que já vimos exposto por outros nomes.

Outra coisa que ele tem em comum com seus parceiros de cena é a repulsa. Peso Pluma é, aliás, um verdadeiro divisor de opiniões. Sua voz, esteticamente arregaçada, é motivo tanto para atrair quanto para afastar possíveis fãs. Seu estilo, sua forma de convencer o ouvinte parte do básico: uma estrela em ascensão, um cantor cuja vida pessoal, seu jeito de se vestir, de se comportar e de sensualizar sofre uma tremenda exposição do lifestyle imperfeito que entrou de vez em nosso subconsciente.

ÉXODO é a combinação de tudo isso. E pela expansividade de seu nome nos últimos meses, fica claro que este seria seu álbum mais extenso, denso e que ele buscou, pelo menos uma vez, falar, cantar e abordar tudo o que quisesse. Mas o erro está neste anseio de abranger tudo para provar quão rica é a sua presença. Sua abordagem regional, que utiliza os infinitos embates de tacapes do corrido tumbado, até chama a atenção em tom gerar uma diferenciação de outros ritmos latino-hispanófonos. Mas é tão enjoativo que passa a incomodar na maior parte do tempo.

Selo: Double P
Formato: LP
Gênero: Música Latina/Hispanófona / Corrido Tumbado, Reggaeton
Matheus José

Graduando em Letras, 23 anos. É editor sênior do Aquele Tuim, em que integra as curadorias de Funk, Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

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