Crítica | Pink Elephant


★★☆☆☆
2/5

É difícil de acreditar que a mesma banda que fez Funeral (2004), compôs Pink Elephant com tanta preguiça. A motivação era grande, diante de todos os acontecimentos recentes envolvendo o vocalista do sexteto canadense.

Em 2022, Win Butler foi acusado de diversos crimes sexuais contra quatro pessoas de 18 a 23 anos, acusações essas que o cantor nega veementemente desde então. Além disso, Win é casado com a tecladista da banda, Régine Chassagne, que atua com o marido desde o início do Arcade Fire.

Sendo assim, as expectativas eram grandes para a lírica do álbum, afinal, a arte pode ser uma forte ferramenta de defesa e desabafos nos momentos delicados. Entretanto, todo o potencial foi desperdiçado, pois Pink Elephant falha em sua sonoridade como um todo, tornando o disco massante e, apesar da mescla de gêneros, extremamente linear.

“Pink Elephant”, um dos singles do disco, retrata o quanto nossa mente pode nos sabotar e quanto o pensamento de outras pessoas sobre você pode te atormentar. O indie rock presente na música agrada, sendo um dos pontos fortes do disco, junto com o primeiro single: “Year Of Snake”. “Circle Of Trust”, uma canção minimamente dançante, soa como uma mostra de amor de Butler para a sua esposa, assim como “Ride or Die”:

I could die in your arms tonight, ride or die/You can take me everywhere, Where we going I don't care


A linearidade do disco não é coletiva, ele possui faixas bastante diferentes, passando pelo alt dance, indie rock, ambient e até mesmo eletrônica. Mas, essa característica vem exatamente da falta de diversidade nas próprias canções, pois parece que a banda não soube aproveitar nenhum dos gêneros musicais abordados aqui. Todas as faixas se mantêm sob uma mesma batida (com eventuais aumentos no tom), mesma repetição de versos e mesma instrumentação até o final. Exemplo claro é a faixa “Stuck In My Head”, que possui mais de 7 minutos; 3 minutos já seriam suficientes para exibir todo o significado da canção.

Selo: Columbia
Formato: LP
Gênero: Rock / Indie Rock

Davi Landim

Meu nome é Davi, curso jornalismo e sou viciado em escrever sobre música. No Aquele Tuim, faço parte da curadoria de Rock.

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