Crítica | Closer Than Hell


★★★☆☆
3/5

A atmosfera do novo EP de Hanorah, de Montreal, muda tão intensamente quanto seu esforço em criar arranjos que transcendam quaisquer planos nos quais nos vemos inseridos durante a audição. É um disco que faz da imprevisibilidade um aliado de extrema presença, persuadindo-nos a caminhar ao lado de vocais que explodem e se recolhem no mesmo tom.

Enquanto “Barbed Wire” se aproxima de algo que SPELLLING faria no apogeu de The Turning Wheel, com acordes e vocais devastadores em torno do fim de uma amizade, “Heavenly One” busca a mesma impressão, mas é mais contida do que se pode esperar: uma balada soul em que os instrumentos ganham vida própria.

Nos poucos minutos de escuta, Closer Than Hell volta a revelar sentimentos e a imagem perfeita — embora curta demais — do que Hanorah tece com seus vocais e sons que transitam por diferentes direções sem perder a conexão com o todo. É uma demonstração, ainda que resumida, de um talento efervescente, pronto para dominar o espaço ao qual pertence.

Selo: Ensoul Records
Formato: EP
Gênero: Pop

Matheus José

Graduando em Letras, 24 anos. É editor sênior do Aquele Tuim, em que integra as curadorias de Funk, Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

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