Crítica | Morayo


★★★☆☆
3/5

Wizkid é um artista meramente interessante no afrobeats, no qual já lançou bons projetos que, apesar de simples, ainda soava como uma brisa em verões cada vez mais quentes (Made In Lagos). Entretanto, a nova fórmula da indústria musical conseguiu arruinar parcialmente a minha experiência com Morayo, novo álbum do artista que tenta fazer um tributo à sua falecida mãe, Jane Morayo Balogun, mas cai nos mesmos artifícios líricos de um álbum qualquer lançado sem objetivo aparente.

O LP tem como ideia fazer uma homenagem à mãe de Wizkid, e isso é levado a sério em alguns momentos, mostrando sua vulnerabilidade, saudade e o respeito que ele tinha pela figura materna – mesmo sendo apenas em três faixas,“Troubled Mind”, “Lose”, “Pray”. Depois disso, o artista trabalha praticamente todo o álbum com letras românticas e sexuais, que se perdem completamente no sentido em que o nome e a capa desta obra foram feitos. Além disso, as músicas ficam maçantes em curto prazo, mesmo que elas tenham em média 2 minutos de duração, a grande quantidade delas não se torna atrativa.

Morayo é uma enorme decepção. Ele é mais um dos exemplos de obras que se vendem como intrinsecamente pessoais, mas que caem na falácia de falar sobre coisas banais e fúteis que fogem da proposta inicial, como Shawn ou The Tortured Poets Departament. Ainda que haja um esforço genuíno do artista em abordar sua dor em certos instantes, Wizkid conseguiu fazer algo inesperado e triste no final e no começo do ano: me frustrar como ouvinte.

Selo: RCA
Formato: LP
Gênero: Pop / Afrobeats

Lu Melo

Estudante de Jornalismo, 18 anos. Amante da música e da cultura pop desde a infância. Escreve para o Aquele Tuim, integrando a curadoria de R&B e Soul.

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