Crítica | Plæygirl


★★★☆☆
3/5

MØ ganhou destaque durante o período de ascensão do pop alternativo, em meados dos anos 2010, com um som alt-pop/R&B atmosférico que foi muito eficaz em apresentar um estado criativo que dialogava com boas referências e que se distanciava do mainstream. A artista, no entanto, teve dificuldade em dar continuidade à sua estreia forte com o mesmo efeito do seu primeiro álbum.

Forever Neverland era divertido, mas mostrava a artista perdida em sua essência num registro que se aproximava mais do estilo de pop tropical, com inspiração no dancehall genérico que estava em alta no período, enquanto que Motordrome era apenas chato demais.

Com seu novo lançamento, Plæygirl, MØ finalmente parece estar de volta aos trilhos com um disco que apresenta uma abordagem diferente para sua carreira, mas que consegue ser eficaz. O álbum tem uma pegada mais EDM, com a eletrônica dançante geralmente noturna marcada por referências ao midtempo bass e french electro. Os maiores destaques são "SWEET" e "Keep Moving", nas quais as texturas mecânicas e os sintetizadores ferozes e incessantes se mostram com força.

Algumas faixas também insistem em permanecer no estilo de pop e R&B alternativo que marcou a estreia da artista, porém dificilmente apresentam um resultado expressivo por carecerem da criatividade de No Mythologies to Follow. Apesar de alguns momentos pouco interessantes, Plæygirl se destaca por ser o disco mais consistente e divertido de MØ desde 2014, principalmente por apostar em uma abordagem refrescante para sua carreira, e que consegue evocar as principais qualidades artísticas da cantora.

Selo: Sony Music
Formato: LP
Gênero: Pop / Dance-Pop, Electropop

Davi Bittencourt

Davi Bittencourt, nascido na capital do Rio de Janeiro em 2006, estudante de direito, contribuo como redator para os sites Aquele Tuim e SoundX. No Aquele Tuim, faço parte das curadorias de Música do Leste e Sudeste Asiático, Pop e R&B.

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