Crítica | We are


★☆☆☆☆
1/5

i-dle se mantém na indústria como um dos maiores grupos da considerada ‘quarta geração’, completando agora sete anos de carreira. O grupo, que fez questão de alterar o seu nome, retorna com um novo EP após lançar um projeto que reunia todos os singles antigos do grupo reimaginados, ou seja, as músicas cantadas sem a voz da integrante Soojin. i-dle agora aposenta o “G” em seu nome e nos mostra um dos seus piores lançamentos em todos os anos.

Em uma sequência de falhas, o quinteto surge com “Good Thing”, uma tentativa de reafirmar força e relevância na indústria, mas cuja maior fragilidade está justamente na falta de identidade. O i-dle sempre foi um grupo que acompanhou as tendências do momento: se a música latina está em alta, lançam “Señorita”; se o hype é um sample de música clássica, entregam “Nxde”. Isso nunca foi um grande problema, pois além da boa recepção do público, eram apostas que, em maior ou menor grau, valiam a experiência.

Tudo mudou, no entanto, com a chegada do segundo álbum do grupo. Assim como o single atual, “Super Lady” também falhava na tentativa de emular uma canção dos anos 2000, mas ao menos era perceptível o esforço de criar algo interessante, fazendo com que o álbum fosse um dos mais coesos do grupo nos últimos anos. Já “Good Thing” tropeça justamente na abordagem: leva o lançamento a um limbo de atitudes plastificadas que a indústria insiste em replicar. Mas, ei, pelo menos foi a Soyeon quem produziu, né?

O resto do projeto é um grande misto de sensações nada agradáveis: vai de “Girlfriend”, que marca a existência de uma das piores canções do grupo – e há quem diga que é similar a “Cupid” do FIFTY FIFTY –, passando por “Chain”, que tinha uma chance de ser uma grande canção, mas se perde em uma simplicidade sem necessidade alguma e chegando até “If You Want”, aquela balada básica e padrão em todo lançamento de k-pop.

We are mostra o suposto renascimento de um grupo que passou por poucas e boas, mas de um jeito tão mal executado que parece que foi feito apenas para chocar e criar uma polêmica, e não mostrar os propósitos do grupo estar “diferente” e em uma outra onda. É apenas mais um punhado de músicas que expressam absolutamente nada e um single que finge ser algo.

Selo: Cube
Formato: EP
Gênero: Música do Leste e Sudeste Asiático / K-pop
João Vitor

20 anos, nascido no interior da Bahia e graduando em Ciências da Computação. Faz parte das curadorias de Música do Leste e Sudeste Asiático no site Aquele Tuim.

Postagem Anterior Próxima Postagem