Crítica | Wishful Thinking


★★★☆☆
3/5

O novo álbum de Duval Timothy, Wishful Thinking, concentra seu estudo criativo com base no piano clássico quase como um cerne inalienável de suas composições, mas com erupções (momentos de maior ruptura) que passeiam em diferentes direções. São estados programados pelo artista que aderem um pouco de tudo que sempre fez: há hip hop (não da maneira como conhecemos, obviamente), eletrônica e gravações de campo.

Parte desse estudo se dá, essencialmente, pelas uniformidades temáticas que percorrem sua discografia. Não há, portanto, avanços consideráveis em sua base – bastante sólida – de recursos de linguagem, dados de bom grado por suas boas técnicas instrumentais.

Aqui, as 16 faixas percorrem uma duração enxuta, com 35 minutos no total. A impressão que dá, é que ele de fato testa seu som, como numa passagem de som, num teste rápido, mas o faz de forma a oficializar sua criação, ou seja, é mais do que um experimento avulso. Esse tipo de composição ganha destaque pela fluidez e, principalmente, pela quantidade de elementos que são testados em tão pouco tempo. É como se, apesar de compacto, nunca fosse superficial, embora também não seja a coisa mais profunda que você vá ouvir até o próximo lançamento dele, já que tende a variar bastante momentos de experimentação e de formalidade aos quais seus discos costumam se encaixar vez ou outra.

Selo: Carrying Colour
Formato: LP
Gênero: Experimental / Modern Classical, Gravação de campo

Matheus José

Graduando em Letras, 24 anos. É editor sênior do Aquele Tuim, em que integra as curadorias de Funk, Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

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