Crítica | Sirius Syntoms


★★★☆☆
3/5

O novo álbum de Lindstrøm, Sirius Syntoms, fica numa margem entre Caribou e DJ Koze, ou seja, esse tipo de eletrônica que convida à dança através de sintetizadores que emulam uma felicidade, tons solares e grooves que brincam com o nosso imaginário. Mas, por mais divertido e lúdico que seja, este é um disco feito sob marcas mais profundas do que o habitual. Não há o passeio ou buscas que apelam para a psicodelia, geralmente associada a essa vertente que se vira para reverberações do house. É produzido com certo refinamento, tão bem pensado, que é capaz de prender a atenção de qualquer um que queira ouvir algo mais leve, mas ainda assim com recheio, feito com certa primazia – ainda que se derreta nessa constante e pareça demasiadamente repetitivo.

Há, sim, uma ida ao passado, essencialmente por buscar alguma nostalgia que possa ser equiparada com synths mais dançantes, entre camadas de space disco e que remetem até mesmo, quanto a atmosfera, ao new age. Em “These Are A Few Of My Favorite Strings”, por exemplo, esse som apontado como fácil acaba por discorrer por longos 7 minutos de duração, numa progressão instrumental abundante em termos harmônicos e melódicos. Já momentos como “Moon)n” e suas investidas mais volumosas por baterias e uma sobreposição sintética – e confortável – que o faz soar familiar, acabam dando propósito ao trabalho do produtor, que busca sobretudo soar menos complexo, mas igualmente bem feito.

Selo: Feedelity
Formato: LP
Gênero: Eletrônica / House, Space Disco

Matheus José

Graduando em Letras, 24 anos. É editor sênior do Aquele Tuim, em que integra as curadorias de Funk, Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

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