Crítica | The Summer That Saved Me


★★★★☆
4/5

Odeal nos apresenta seu mais novo EP, The Summer That Saved Me, com um mergulho em elementos de soul, romance e muita intensidade, onde os vocais deslizam sobre uma produção quente e atmosférica.

Ao longo de sete faixas, o artista entrega um diário emocional em forma de som. Misturando vertentes da afromusic com destaque para o soul e R&B, o EP transita por diferentes paisagens sonoras, refletindo o espírito itinerante de sua produção. Esse projeto funciona como um mapa afetivo, em que a liberdade e o pertencimento se tornam guias da sua música.

“London Summers”, a faixa mais ouvida até agora, é o ápice dessa trilha. Com produção baseada no amapiano – estilo que já dominou pistas de dança da África do Sul ao Reino Unido – e vocais aveludados que lembram Brent Faiyaz, Odeal canta como quem agradece por simplesmente existir. “It’s for certain, summer’s outside / That’s why we’re dancing”, ele afirma, em um verso que sintetiza toda a leveza e alegria que o EP tenta capturar. É uma canção sobre liberdade e presença, sobre dançar, simplesmente, porque o sol está lá fora.

Nem tudo, no entanto, brilha com a mesma intensidade. “Monster Boys” soa como um desvio de atenção, sem grandes surpresas, e a partir dela o EP perde fôlego ainda que a qualidade técnica se mantenha. Odeal mergulha numa introspecção que contrasta com a vibração inicial de “Miami” e “London Summers”, o que pode soar monótono para quem esperava manter o clima aceso até o fim.

The Summer That Saved Me é o verão em que Odeal se encontrou e nos convida a viver essa sensação junto com ele, em um destrinchar sonoro quase que equilibrado.

Selo: OVMBR/LVRN Records
Formato: EP
Gênero: R&B / Soul

Viviane Costa

Graduanda em Jornalismo, apaixonada por Música, Arte e Cultura. Integra a curadoria de Rap e Hip Hop do Aquele Tuim.

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