Crítica | Tír na nÓg


★★☆☆☆
2/5

Maruja é uma banda incapaz de se sustentar sozinha em muitos aspectos. Alguns dizem que sua performance ao vivo se resume à catarse, e é por isso que esse sentimento é sempre buscado em seu trabalho, que a esta altura do campeonato é mais frequentemente repetido sem fundamento do que apresentado com motivos para ser elogiado como vem sendo. Um dos lançamentos de destaque da banda é o EP Tír na nÓg, que antecede o álbum Pain to Power, com lançamento previsto para 12 de setembro.

Aqui, há o típico exagero dos fãs em torná-los maiores e mais interessantes, com longos minutos de "punk celta" transbordando pelos instrumentais, particularmente o saxofone, expandindo-se como ferro em um dia quente: minimamente. É, de certa forma, muito redutor em comparação com outros artistas com os quais são frequentemente comparados, como Swans e, mais obviamente, Godspeed You! Black Emperor, que tomam emprestado seus avanços de estruturas densas derivadas de composições e ambientações jazzísticas.

O problema é que tudo isso parece ser um par de muletas para Maruja, não só porque aponta para uma certa dependência analítica de quem os observa em relação a esses artistas, esses sons e essas propostas, mas também porque eles fazem exatamente a mesma coisa. Acima de tudo, há uma manutenção personalista, uma supervalorização de algo que teria sido, sim, muito grandioso em 2015. Acontece que estamos em 2025, e esse longo exercício de reflexão sobre a busca por catarse não tem mais o mesmo efeito, pelo menos para mim.

Selo: Music for Nations
Formato: EP
Gênero: Rock / Pós-Rock

Matheus José

Graduando em Letras, 24 anos. É editor sênior do Aquele Tuim, em que integra as curadorias de Funk, Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

Postagem Anterior Próxima Postagem