Crítica | My Light, My Massage Parlor


★★★☆☆
3/5

O novo álbum de Cassandra Jenkins, My Light, My Massage Parlor, parte de uma exploração diferente de seus trabalhos recentes, concentrando-se em ideias que visam estabelecer o que ela vinha apontando, neste caso, uma formalização de suas incursões na música ambiente. Aqui, no entanto, ela o faz com certa distinção formal: há gravações de campo, dedilhados de piano e um foco profundo na construção de atmosferas que instiguem o relaxamento. Nesse sentido, há uma integração exagerada de ideias maneiristas da música ambiente, como o uso de diálogos e fragmentos vocais dispersos, para uma maior simbolização da própria ambiência.

Felizmente, porém, My Light, My Massage Parlor é um álbum curto e simplificado, enxuto, o que reduz a possibilidade de soar repetitivo, já que Jenkins parece querer abranger tudo o que um disco de música ambiente poderia ter – ela é um tanto generalista. Ainda assim, há um valor impresso no material, porque Jenkins ocasionalmente se viu posicionada como uma artista de pop ambiente, e aqui ela deixa claro o que esse pop ambiente pode ser, ainda que distante das características de seus trabalhos anteriores. Não é profundo, mas competente; soa como se ela estivesse fazendo algo que sempre quis fazer e para o qual tem certa aptidão. É, acima de tudo, um álbum de conquistas, um esforço criativo que reposiciona as intenções da artista dentro da estrutura de sinais que ela sempre apontou.

Selo: Dead Oceans
Formal: LP
Gênero: Música Ambiente

Matheus José

Graduando em Letras, 24 anos. É editor sênior do Aquele Tuim, em que integra as curadorias de Funk, Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

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