Crítica | Perimenopop


★★★★☆
4/5

Sophie Ellis-Bextor teve como principal contribuição para a indústria fonográfica o seu catálogo importante para a cena nu-disco que se fortaleceu nos anos 2000, se igualando a nomes como Kylie Minogue, Róisin Murphy, Dannii Minogue e Madonna, especificamente em Confessions On A Dance Floor, como artistas pop que trabalharam com esse movimento de resgate à modernidade da música disco.

Recentemente, no início dessa década, ocorreu uma nova onda do nu-disco impulsionada por artistas durante a pandemia se inspirando nas discotecas dos anos 70 em uma proposta de escapismo. Com isso, não foi apenas artistas que representaram uma nova geração do disco-pop revival, como Dua Lipa e Jessie Ware, mas também nomes já conhecidos por essa abordagem retornaram com o som, tais como Kylie Minogue em DISCO e Róisín Murphy com Róisin Machine. Sophie-Ellis Bextor, anos mais tarde que esses exemplos, apresenta um retorno às raízes de seu dance-pop centrado na música disco. Perimenopop é uma visão muito divertida de um pop dançante tomado por sensibilidades do disco.

Melodias cheias de energia e animadoras que exalam a atmosfera das discotecas setentistas, grooves funk incessantes e guitarras energéticas marcam os momentos mais marcantes de Perimenopop. As faixas do disco não se mantêm apenas na abordagem mais fiel à instrumentação do disco nos anos 70 que o nu-disco apresenta, mas em uma perspectiva moderna com elementos de EDM deste século, porém existem outras visões pós-disco incorporadas aqui, com o electro-disco. “Freedom Of The Night”, uma das melhores músicas do registro, com seus sequenciadores revigorantes e uma progressão instigante que em seu ponto mais alto incorpora, junto ao ritmo sedutor do disco eletrônico, guitarras que trazem um ânimo mais intenso à canção.

Os piores momentos são geralmente marcados pela abordagem do synthpop, que toma uma visão muito genérica. São faixas que tem um trabalho com os sintetizadores superficial, o que as tornam desinteressantes. Diferentemente do que ocorre em todas as faixas tomadas pela influência da música disco, em que existe uma densidade na exploração de cada elemento, o que torna todos esses momentos bastante divertidos. É no geral uma ótima visão do dance-pop inspirado nas discotecas setentistas que dialoga com seu auge artístico nos anos 2000, assim sendo, ao mesmo tempo, uma visão retrospectiva do passado de Sophie Ellis-Bextor e da música dance.

Selo: Decca
Formato: LP
Gênero: Pop / Dance-Pop, Nu-Disco
Davi Bittencourt

Davi Bittencourt, nascido na capital do Rio de Janeiro em 2006, estudante de direito, contribuo como redator para os sites Aquele Tuim e SoundX. No Aquele Tuim, faço parte das curadorias de Música do Leste e Sudeste Asiático, Pop e R&B.

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