
Disco escolhido pelo editor
Durante todos os meses, uma curadoria interna será realizada por um de nossos editores com a intenção de escolher o melhor disco lançado naquele período.
Blurrr, Joanne Robertson
Desde sua colaboração com Dean Blunt em Backstage Raver, ficou evidente o domínio de Joanne Robertson sobre as emoções e a forma de expressá-las em sons minimalistas e densos, que misturam folk, experimentalismo e uma intimidade quase desconfortável. Blurrr é um mergulho nesse universo. Em “Friendly”, os acordes longos de violão parecem dilatar o tempo, criando um espaço em que voz e instrumento se confundem. Já em “Always Were”, a parceria com o violoncelista Oliver Coates resulta em um diálogo quase espectral, onde a voz de Joanne soa como um sussurro distante, carregado de beleza e solidão. Momentos como esse revelam a força expressiva do disco, que equilibra delicadeza e improviso. Em faixas como “Peaceful” e “Grown”, o duo experimenta a fragilidade e a imperfeição como linguagem, negando qualquer formalidade.