Crítica | BLUE LIPS


★★☆☆☆
2/5

Em BLUE LIPS, Schoolboy Q optou por uma abordagem “eclética”, intercalando músicas violentas com meditações líricas, mas acaba não se comprometendo nem com um, nem com o outro.

Esse contraste foi feito para explorar uma dualidade — ou ao menos a sombra de uma — do artista, o complexo extrovertido-introvertido, ou melhor, uma face mais “bruta” e outra mais “intelectual”. O que, além de ser uma antítese paupérrima, é feito de maneira tosca e desinteressante. Todas as faixas operam em embalagens pré-congeladas — sim, inclusive as dezenas de beat switches, estéreis por completo —, sendo ou músicas de jazz rap ou de hardcore que não trazem nenhuma característica fora do habitual ou notavelmente marcante.

Assim sendo, o projeto é um fracasso conceitual completo, afetando, inclusive, a percepção que temos de algumas faixas que, isoladamente, podem até ser divertidas ou propor ideias líricas interessantes, como “Foux”, “Blueslides” e “Pop”.

No resto delas, pouco há de comovente, bem feito ou inédito, fazendo o álbum parecer mais um esqueleto quebradiço do que um projeto idealizado, meticulosamente projetado e executado — afinal, Schoolboy é da TDE, gravadora conhecida por seus artistas cuidadosos. Portanto, é fácil afirmar que BLUE LIPS é inteiramente oco em sua estrutura interna, com pouco a se dizer e menos ainda a se aproveitar.

Selo: Top Dawg, Interscope
Formato: LP
Gêneros: Hip Hop / Hardcore, Jazz Rap, Trap
Sophi

Sophia, 18 anos, estudante e redatora no Aquele Tuim, em que faço parte das curadorias de Rap e Hip Hop e Experimental/Eletrônica e Funk.

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