Crítica | Tara e Tal


★★☆☆☆
2/5

Tara e Tal, terceiro disco de inéditas de DUDA BEAT, chega com uma premissa interessante: revisitar as raves dos anos 1990 e explorar o momento musical em que elas colidiram com a música eletrônica produzida no cenário nacional da época, algo que a cantora definiu como “um set no final da tarde”. E, de certa forma, o registro faz jus a essa definição com um apanhado de ritmos dançantes que, na voz de DUDA, formam um grande aquecimento pré-festa. Mas é aí que mora o problema: essa festa nunca começa.

Em um disco que pretende navegar nessa sonoridade techno-dance, a diversão é uma característica essencial para a transmissão de sua mensagem, ainda mais quando ela está alinhada às letras cafonas (e deliciosas) da artista. É por isso que o segundo single “PREPARADA”, que recebeu críticas mistas à luz de seu lançamento, funciona tão bem no contexto do álbum. Dentre tantas outras músicas que soam milimetricamente calculadas para agradar a uma audiência em busca de um polimento estético que soa quase plástico, o brega escrachado e autotunado dessa faixa se destaca justamente por não se levar tão a sério — é uma leveza que faz falta no restante do registro.

No mais, Tara e Tal também falha em encontrar um tom que se sustente do início ao fim. O que começa como uma continuação quase que direta de “Tocar Você”, faixa de encerramento do ótimo Te Amo Lá Fora (2021), logo se transforma em um desfecho morno — a aguardada colaboração com Liniker, em especial, é melosa mas não gruda e, assim como boa parte do projeto, soa aquém do potencial de uma artista que já foi muito inventiva. Aqui, ela aparenta estar cansada.

Selo: Universal
Formato: LP
Gênero: Música Brasileira / Pop, Dance-Pop, Alt-Pop
Marcelo Henrique

Marcelo Henrique, 21 anos, estudante e redator no site SoundX e no Aquele Tuim, em que faço parte das curadorias de Pop, R&B e Soul.

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