Revisando Discografias: Madonna


Ouvimos e avaliamos todos os álbuns de estúdio lançados por Madonna.

Nascida em 16 de agosto de 1958, Madonna é a maior artista de música pop que já existiu na face da terra. É estranho dizer isso enquanto vivemos em uma realidade cuja diva mais ouvida – e vendida – atualmente é Taylor Swift. Porém, é fácil distinguir o parâmetro de fama e impacto entre nomes gigantescos como estes. Madonna é o símbolo exato, talvez o mais definitivo, do que é a música pop e do que é ser uma diva pop. A sua discografia vai desde momentos únicos, com a máxima excelência, até aos menos interessantes e mais confusos; sua passagem pelas paradas influenciou o som de diferentes décadas; suas obras ainda hoje são colocadas no altar dos fãs e da crítica, e ela sempre esteve aqui, entre nós, com uma carreira de 40 anos que, para o bem ou para o mal, faz justiça à sua onipresença no molde, formato e exemplar do que significa a (verdadeira) indústria musical. Confira, portanto, nossa análise conjunta da discografia de Madonna:




Madonna
1983

★★★★

O álbum de estreia de Madonna é um ponto fora da curva. Isso talvez seja impossível de se imaginar, visto que a sonoridade pop é completamente inconfundível e praticamente tudo no disco poderia ser um hit pop em qualquer momento do século XX. Contudo, Madonna não faz músicas pop sem dimensão ou quaisquer produção própria, pensada, pelo contrário, o grande charme de sua estreia é esse: trazer influências pessoais disruptivas para a música comercial de massa.

Antes de Madonna começar na música pop, ela integrou bandas da cena underground “no wave”, em que aprendeu e ensinou sobre música, conheceu nomes grandes da cena alternativa até hoje, como Thurston Moore e Kim Gordon (Sonic Youth) e Michael Gira (Swans). Com os ex-membros do Swans Dan Braun e Josh Braun ela inclusive formou uma banda, antes da banda de Michael Gira ser formada.

Importante salientar que o “no wave” era um movimento estético que carregava tanto a ironia, quanto a atitude política mais frontal do punk em seus elementos. Algo que Madonna vai traduzir muito bem em suas primeiras músicas — em torno de temas como sexualidade, a crítica da sociedade conservadora e as brincadeiras com o modo de vida da classe média estadunidense. Por essas diferenças, de atitude, posicionamento político e musical que a estreia de Madonna ainda hoje é uma das grandes estreias (se não a maior) da música pop mundial. — Tiago




Like a Virgin
1984

★★★★½

Continuando com passos ambiciosos após colher frutos de seu primeiro projeto, Madonna lança o seu segundo disco em 1984. Like a Virgin é um dos álbuns mais importantes para a carreira da americana, principalmente por conta de seus imensos sucessos.

Contando com a própria "Like a Virgin", "Material Girl" e "Dress You Up", o LP se mostra coeso, divertido e impactante. A produção comandada pelo musicista Nile Rodgers dá um toque de midas na finalização do projeto, que ainda conta com um relançamento no ano seguinte, em que a emblemática "Into The Groove" foi acrescentada como canção bônus. Ele não peca em nenhum momento, explorando o dance pop e abordando influências no disco e no New Wave durante as dez faixas.

Like a Virgin foi um momento na cultura pop mundial, e está sendo usado de referências e inspirações para diversos artistas até os dias atuais, mostrando a atemporalidade de um trabalho bem feito e icônico. – João




True Blue
1986

★★★★

True Blue eleva Madonna ainda mais ao status de estrela da música pop. Aqui, ela transita do pop para o dance, posicionando-se de forma provocativa e assertiva. Abrindo com “Papa Don’t Preach”, a artista enfrentou temas polêmicos da época, como a gravidez na adolescência, dando mais uma vez voz à autonomia feminina. A faixa, em particular, destaca-se como uma de suas maiores conquistas, tanto musicalmente quanto socialmente. Seguindo a contagiante atmosfera dance-pop, “Open Your Heart” é um convite à pista de dança. A música expressa a sexualidade, combinando desejo e vulnerabilidade.

Já “Live to Tell” ganha força com sua letra e melodia introspectivas. É uma ótima balada que está em sintonia com a voz de Madonna, aqui, as pausas dramáticas feitas por ela refletem uma profundidade e um sentimento mais refinado do que a música busca transmitir. Faixas como “Where’s the Party” e “True Blue” trazem uma energia festiva que convida os ouvintes para um momento de diversão, essas canções são projetadas para estimular o desejo de dançar e se divertir em uma noite sem fim. O que não é muito diferente em “La Isla Bonita”, que aposta na combinação de elementos pop com ritmos latinos, tornando-se um dos maiores sucessos da carreira de Madonna.

“Jimmy Jimmy” narra o fascínio da artista por James Dean: é uma peça divertida e descontraída que destaca a admiração dela pelo ator estadunidense. Por outro lado, "Love Makes the World Go Round” aborda questões urgentes como a fome e a guerra, e serve como um apelo à resolução destes problemas. A música otimista reflete sobre o poder do amor e da compaixão na construção de uma sociedade mais solidária. True Blue é um álbum provocativo e sincero que celebra a diversão e a música dance-pop. — Brinatti




Like a Prayer
1989

★★★★

“Life is a mystery…” abre Madonna em Like a Prayer, primeira canção do álbum homônimo, e é verdade. Talvez ninguém saiba mais desse fato do que a própria Madonna, que em 40 anos de carreira pop enfrentou desde o ostracismo até a mais alta fama.

Like a Prayer é, também, um de vários picos criativos na carreira da artista, com seus coros intransigentes e sua estética meio católica, meio rebelde, em todo única. Enquanto “Express Yourself” viria a influenciar cantoras pop como Lady Gaga no futuro, é inegável que a qualidade artística do quarto álbum de Madonna se sobressai aos seus precursores, pois ainda que ótimos, possuem um quê de mesmice que é completamente deixado de lado por uma rebeldia paradoxalmente quase santa em Prayer.

É o início de uma nova Madonna, mais livre, com novos ares, nova criatividade e um talento ainda maior, é aqui que começa a mitologia da artista, que se ergue tal como esfinge sobre o pop, num ode à sua arte, sim, mas principalmente a si mesma. — Pedro Piazza




Erotica
1992

★★★★½

No ano de 1992, uma extrema e radiante potência sonora da música nascia dentro da mente criativa de uma das maiores lendas da história: Madonna. Ela não poupou a ousadia, a exuberância, a evolução artística e, sobretudo, o impacto. Erotica é muito mais do que apenas um livro sobre histórias eróticas numa época vazia de abordagens sexuais e cheia de conservadorismo barato, o surgimento deste álbum é emblemático em todo o seu contexto.

O disco abre com a faixa-título “Erotica”, a abordagem poética e em prosa do amor e do sexo, desperta os ouvidos de quem observa atentamente a narrativa da música entre um romance erótico alucinante e com detalhes de cada verso, aproveitando essa emoção em cada mínimo detalhe. A seguir temos a regravação de uma música chamada “Fever”, originalmente interpretada por Peggy Lee em 1958. Madonna recria a canção de forma dançante, com um som deep house. A faixa torna-se cômica e alegre comparada às demais do álbum, trazendo a verdade da artista ser o centro das atenções na pista de dança, mesmo quando se aventura em algo mais sólido e sexual.

Erotica é, além de um álbum polêmico e sexual, apaixonante, coeso e sincero do começo ao fim. Uma obra delicada que raramente poderia ser reproduzida com tanta facilidade por outras cantoras, sua sonoridade suave entre faixas intercaladas com momentos dançantes envolve uma combinação de sentidos mais relaxantes de ouvir, confirmando a genialidade de Madonna, eternamente na cultura pop. — Peterson Prado




Bedtime Stories
1994

★★★★★

Madonna, em seu maior momento de risco sonoro até aquele instante, abriu as portas dos seus vocais cristalinos e da beleza artística impecável quando atrelados a um álbum suave, aconchegante e romântico. A maturidade de Madonna é encantadora, com inspirações desde o R&B dos anos 90 até a imersiva exploração eletrônica da mesma década. Ao contrário do que o nome do álbum representa, estas não são apenas histórias para dormir, são histórias para encantar, imaginar e guardar para sempre.

Madonna assumiu o risco de concentrar a melhor atmosfera sonora que já havia criado em sua carreira, exemplo é a canção “Bedtime Story”, escrita por Björk. A faixa, aporética e totalmente eletrônica, se destaca ao lado do álbum por ser algo mais denso e silencioso, mesmo sem batidas dançantes, é brilhante, insuperável e moderna. Bedtime Stories é o underground dos anos 90 representado pela cantora mais popular do mundo.

O álbum se encerra com “Take a Bow”, eterno hit de Madonna e provavelmente o mais popular dos anos 90 junto com “Vogue”. A música é deliciosa e poética, e carrega uma mensagem sobre um amor que não corresponde à reciprocidade e ao seu carinho — carregando, inclusive, um sentido problemático. O álbum, então, termina com aquela vontade de ouvir de novo, pois as músicas são tão bem conectadas e coesas, e, além disso, destaca-se a forma como a obra se conecta entre seus múltiplos detalhes de forma tão orgânica. De longe este álbum torna-se poderoso por vários requisitos; sonoramente encantador, coeso do início ao fim e brilhante por não se basear nas fórmulas básicas de criação de um álbum sobre um amor superficial, mas sobre uma identidade amorosa eterna. — Peterson Prado




Ray of Light
1998

★★★★★

Ray of Light é mais do que apenas o melhor álbum de Madonna. Representa o fascínio da diva pop em aprofundar tematicamente numa representação estética que define cada época a que se dirige. É claro que não foi a primeira vez que isso aconteceu, mas pode-se dizer que foi a mais eficaz.

Em 1998, Madonna procurou se opor a tudo o que já havia feito em sua passagem estritamente única pela música pop. Na mesma década, ela havia despertado uma nova frente nas pistas de dança com “Vogue”, polemizado com a coleção insaciável de tesão do álbum Erotica — e toda a sua iconografia, inclusive o livro Sex.

Ray of Light, que segue Bedtime Stories, foi um descanso de imagem. Uma abertura ao seu núcleo humano pessoal e familiar (ela tornou-se mãe). Do ponto de vista musical, sua ousadia em relação a ritmos eletrônicos mais densos, como o trance, destacou sua angústia em mudar. Assim o fez, mas sem ressentimentos, e por isso a sua naturalidade em vaguear pelos ganchos, reimaginações e letras persuasivas do momento são tão genuínas quanto suficientemente cautelosas. É o mais longe que Madonna chegou. — Matheus José




Music
2000

★★★★

Como Madonna manteria, na virada do século, sua ideia inequívoca de chocar — ou talvez estabelecer algo novo — em um lançamento que tinha tudo para desviá-la dos caminhos que havia seguido até então? Music, à primeira vista, e apesar dos milhões de cópias vendidas, ainda pode confundir o ouvinte médio, pois apesar de usar um look com jeans e chapéu country, o que Madonna faz nele é totalmente o oposto.

Embalada pela energia eletrônica que ainda escorria do gargalo de Ray of Light, Music é dançante — denso por natureza — e puramente pop. Talvez o choque aqui seja este: o pop. Até então, tudo soava simples e doméstico demais. Nele, apenas os vocais distorcidos e ritmo acessível conseguiam fortalecer os alicerces explorados pela artista em momentos como na faixa título e nas seguintes "Impressive Instant" e "Runaway Lover".

Porém, mais do que apostar numa sonoridade até então recorrente do seu último trabalho, Madonna sabia que os tempos eram outros, e se quisesse realmente fazer deste álbum um sucesso e, ao mesmo tempo, uma base para a sua pseudo-inovação, iria ter que ir mais longe. E ela foi. Dá para perceber, em cada micro segundo de cada uma das onze músicas, o toque atual, eletrônico e futurista: foi o início de uma nova geração. E é por isso que tudo aqui parece tão de acordo com o período em que foi feito. É o álbum de Madonna que mais abraça a eventualidade situacional tanto da estética quanto da proporção. — Matheus José




American Life
2003

★★★★

O álbum American Life exemplifica como um artista pode criticar seu ambiente sem medo de desagradar a mídia. Madonna utilizou todos os recursos líricos disponíveis para expor as diferentes facetas do suposto "mundo perfeito da América". Porém, a vida americana não se limita à esfera política, como é mostrado em alguns trechos da obra. É um álbum profundamente íntimo, confessional e autêntico. A faixa de abertura, “American Life”, é uma composição ousada e provocativa que serve como um excelente ponto de partida.

Em termos líricos, Madonna questiona a sua experiência de vida norte-americana. Embora alguns possam achar a seção de rap irritante em certos momentos da música, percebe-se que ela acrescenta uma camada de ironia à composição, e acredito que sua apreciação está realmente sujeita ao gosto pessoal de cada indivíduo. A faixa oferece uma introdução excepcional ao estilo eletroacústico presente no álbum; um excelente pano de fundo em que a artista lança um olhar crítico sobre o estilo de vida das celebridades, do qual também faz parte.

Durante o disco, há denúncias e reconhecimentos de si mesma, sua faixa de encerramento, "Easy Ride", pode ter sido uma das melhores que a cantora já fez. E, embora não tenha sido o melhor momento ou pico de sua carreira, este é um álbum que realmente reflete sua qualidade como artista. Madonna é indiscutivelmente um ícone pop e reafirmou sua posição de forma marcante em American Life, revelando a hipocrisia presente não só nos outros, mas também em si mesma, devido à sua participação na indústria. Esta abordagem é única e desafiadora, algo que nenhuma das estrelas contemporâneas seria capaz de replicar. No final das contas, Madonna continuará sendo uma das maiores figuras do cenário musical. — Alícia Cavalcante




Confessions on a Dance Floor
2005

★★★★½

Após o mal compreendido American Life, Madonna decidiu criar um projeto distante dos temas políticos e mais próximo das pistas de dança, resultando em um grande clássico da música dance e recolocando a artista nas paradas musicais. Este projeto segue a ideia da setlist de uma boate, onde o DJ conecta todas as músicas, dando coerência à proposta do álbum. Ele inicia com canções mais animadas para o começo da festa e progride para uma atmosfera mais profunda. Madonna descreveu esse trabalho como uma viagem da luz para a escuridão, o que faz total sentido ao ouvi-lo do início ao fim.

O álbum começa com seu sucesso "Hung Up", com sample da famosa música "Gimme! Gimme! Gimme! (A Man After Midnight)" do ABBA, trazendo de volta o estilo disco em destaque. E falando em disco, é claro que a rainha do disco não poderia ficar de fora. Donna Summer também é homenageada na faixa "Future Lovers", com seu hit "I Feel Love". O segundo single dessa era é a poderosa "Sorry", que exala confiança. Na letra, a palavra "desculpa" é pronunciada em vários idiomas diferentes. É a música mais Pet Shop Boys do álbum.

E Madonna continua a explorar outros idiomas em uma das faixas mais marcantes do registro, a pulsante "Isaac", em parceria com Yitzhak Sinwan, que canta partes do poema hebraico Iemenita "Im Nin'alu". Além das influências dance e disco, a artista também fez uso de referências claras à famosa banda The Police, com o hit new wave "Every Breath You Take", na faixa "Push", uma das músicas mais tranquilas do álbum. Este foi o último grande trabalho de Madonna, demonstrando um excepcional cuidado na produção e continuando a influenciar artistas da música pop, dance, disco e eletrônica, como Dua Lipa em seu grandioso Future Nostalgia, um dos últimos grandes acontecimentos no cenário da música pop. — Vit




Hard Candy
(2008)

★★★

Em Hard Candy, Madonna colaborou com artistas populares da época, como Justin Timberlake, Timbaland, Kanye West e Pharrell, apostando na sonoridade pop em alta naquele momento, com Timbaland sendo especialmente reconhecido pelas produções para as músicas de Nelly Furtado.

No entanto, a artista não se destacou em Hard Candy, já que todos os artistas pop estavam seguindo a mesma tendência sonora naquele momento. Embora existam grandes hits que trazem a nostalgia dos anos 2000, o álbum, no geral, acaba soando genérico. Entretanto, a balada "Miles Away" e a energética "Give It 2 Me" são os pontos altos da obra, pois são as faixas que mais se destacam da mesmice.

Entre o electropop e as batidas R&B, não faltam músicas divertidas, mas sim originalidade e a essência única da artista. Afinal, estamos falando da Rainha do Pop. Embora possa ser agradável de ouvir, certamente é um trabalho esquecível, especialmente quando comparado à quantidade de trabalhos excelentes de Madonna. — Vit




MDNA
2012

★★★

2012 foi certamente o ano em que tudo começou a mudar na vida dos fãs de Madonna. A partir de MDNA, eles sabiam que ela dificilmente chegaria perto de atingir o mesmo nível de criação na música pop, ainda que dividisse o público, de modo parecido com o que aconteceu em álbuns anteriores, como Hard Candy e Confessions on a Dance Floor.

Muito desse novo rumo na carreira da artista se deveu à sua idade que, na época, passou a ser o centro das atenções como nunca antes. Embora este não fosse, de fato, um problema que a impossibilitou de lançar algumas faixas inesperadamente interessantes como “Girl Gone Wild” e “I’m Addicted”, não faltaram cobranças de amadurecimento em outras, como Give “Me All Your Luvin'”, parceria com Nicki Minaj e M.I.A..

Além dessas, foram poucas as ideias bem desenvolvidas pela cantora ao longo do álbum. A intensa quantidade de fillers e o som confuso que apenas replicava alguns modismos da época, foram a raiz de todo o problema que fez com que MDNA se tornasse um material esquecível, cheio de tentativas e poucos acertos. — Matheus José




Rebel Heart
2015

★★★

Depois do fatídico MDNA, ninguém esperava que Madonna surpreendesse de alguma forma. Mas ela o fez, não por vontade própria, mas sim por causa das circunstâncias que caíram sobre Rebel Heart como uma bigorna de 500 kg: o álbum vazou cinco meses antes do lançamento oficial.

As semanas que se seguiram ao seu vazamento foram aterrorizantes, tanto para quem esperava ouvir algo bom, quanto para quem esperava que Madonna voltasse ao topo das paradas. O álbum, apesar de soar estranho na maioria das vezes, sendo um híbrido radiofônico de tendências que pairavam sobre o alternativo, tinha posição garantida no coração dos fãs.

“Bitch I'm Madonna”, outra parceria com Nicki Minaj, é a prova de como a Rainha do Pop estava decidida a mudar. A faixa, produzida por SOPHIE, começa com refrões tortuosos enquanto multiplica o barulho de camas rangendo — algo muito irritante para ouvintes mais desacostumados. Foi o ponto mais interessante do álbum, que falha quase que completamente na hora de criar ganchos e usar modificadores vocais descontroladamente, sem nenhuma intenção estética. — Matheus José




Madame X
2019

★★★

One, two, cha-cha-cha! Logo após uma trajetória de trabalhos tão diversificados em seus temas e sonoridades, Madame X é uma oportunidade ímpar para mostrar que a Rainha do Pop não possui limites e nem fronteiras. Polêmico, detestado e frustrador de expectativas, proponho uma nova luz para este álbum tão especial.

De certa forma, Madame X é o resultado de uma experiência e vivência de Madonna após se mudar para Lisboa, Portugal. A mistura, por vezes bagunçada, pode ser a descoberta do novo, do exótico e pelo teor de algumas letras do “oriental”. Embora não caiba a mim a crítica a certos orientalismos neste curto texto, cabe a mim reconhecer que mesmo numa fase tão avançada de sua carreira, Madonna se permitiu experimentar, redescobrir, tentar e errar.

Talvez a ótica mais justa com este trabalho seja a de louvar suas tentativas e compreender seus erros. Madonna nos relembra seus posicionamentos de vida e de arte, mas acrescenta suas descobertas. Independentemente, penso que a maneira mais bela de se encerrar uma trajetória, talvez, seja pela disposição de encontrar novas maneiras de comunicar o que “eu acredito” e até mesmo de se fazer o que “eu nunca fiz” independente da idade. — João Lucas

Aquele Tuim

experimente música.

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