Crítica | Cerulean Verge


★★★☆☆
3/5

O primeiro lançamento da WENDY em uma gravadora com menos de nove meses de criação pode ser considerado, no mínimo, como um risco enorme a se correr. Não pelo conteúdo, mas por tudo o que envolve. A ASND, que foi criada para abrigar as integrantes restantes do fromis_9, é uma empresa tão nova no ramo que, querendo ou não, vai ser difícil de se estabelecer no mercado, mas com um time bom, pode ser revertido em situações prazerosas. Um dos agradecimentos da integrante do Red Velvet acerca desta nova etapa da sua carreira foi relacionado à empresa ofertar boas aulas de canto para ela – coisa que, pelo visto, a SM nem estava fazendo direito –, e podemos perceber claramente a diferença do uso da voz da WENDY neste projeto comparando com o mini álbum anterior, Wish You Hell.

Botando a sua voz pra jogo e mostrando que as aulas de canto estão dando certo, “Believe” foi escolhida para iniciar a divulgação do EP como um prólogo e levantou o sarrafo tão grande que pode chegar a ser decepcionante comparando com as outras faixas do disco. Em canções pop rocks convencionais, o Cerulean Verge não é novo, nem diferente, e muito menos extraordinário, mas só por mostrar uma estabilidade sonora da WENDY, pode ser considerado como um sucesso. “Sunkiss” foi escolhida como o single principal do projeto que, mesmo sendo divertida em alguns momentos, peca por ser banal.

Infelizmente, o disco fica preso em um som estagnado vindo diretamente de 2021, mas analisando a liberdade criativa da WENDY em compôr uma das faixas, mostra que é um estilo que a torna confortável. O EP não tem tantos altos e baixos, além de “Believe” que é uma balada linda, mas consegue ser um bom recomeço para a carreira dela – mesmo que seja uma renovação básica de sua sonoridade. Este pop rock “mela cueca” não devia estar em tanto uso atualmente, mas como não dá para se esperar muito pelo timing das trends e empresas sul-coreanas, vai acabar sendo só mais um projeto que em menos de duas semanas vai ficar esquecido por não encaixar mais no que está sendo consumido e ouvido – e, sendo sincero, por ser uma sonoridade trivial, aí que não cola mesmo.

Selo: ASND
Formato: EP
João Vitor

20 anos, nascido no interior da Bahia e graduando em Ciências da Computação. Faz parte das curadorias de Música do Leste e Sudeste Asiático no site Aquele Tuim.

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