Crítica | MALPORTADA


★★★☆☆
3/5

É sempre muito interessante quando um artista de música pop latina decide explorar suas raízes por meio de ritmos tradicionais, sobretudo por renovar a rica herança cultural presente nesse pedaço de mundo em que vivemos. Bad Bunny é um excelente exemplo disso, especialmente por trazer novas ideias a gêneros que compõem seu alicerce musical. Nathy Peluso, em MALPORTADA, parte desse mesmo pressuposto, e aqui é a salsa que orienta sua exploração do passado, de sua música e do que ela representa na atualidade.

O EP faz um uso engenhoso de maneirismos que provavelmente funcionam como um elo entre ela e esses sons, com metais de sopro, congas, timbales e bongôs servindo de base instrumental. E, como em outros bons exemplos, há uma revisão da estética essencial da salsa, já que Peluso reconhece a necessidade de torná-la acessível, em outras palavras: pop. Não dá pra dizer que ela não acerta nisso, vez que o resultado é surpreendentemente cativante, superior a tudo que apresentou em seu último álbum, GRASA. Talvez seja essa a veia do pop latino em que ela deva investir – um recado, inclusive, para que outros artistas façam o mesmo, ainda que em outros gêneros, como é o caso de Anitta.

Selo: 5020 Records, Sony España
Formato: EP
Gênero: Música Latina/Hispanófona / Pop, Salsa

Matheus José

Graduando em Letras, 24 anos. É editor sênior do Aquele Tuim, em que integra as curadorias de Funk, Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

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