Crítica | Love Is a Kingdom


★★★☆☆
3/5

O novo EP da nigeriana Tems, Love Is a Kingdom, testa algumas de suas melhores características em torno de tudo o que os gêneros que compõem suas raízes no amapiano e no R&B podem proporcionar. Produzido por ela mesma, o disco adere a uma simplicidade que está longe da modéstia: ela expõe seus vocais com mais clareza do que nunca, como em “What You Need”, enquanto batidas calmas, que vêm de um espaço entre SZA e Kehlani, adornam a faixa, a mais atmosférica e também a mais próxima dos estilos padrão de R&B, inclusive em termos narrativos, com ela cantando como se narrasse uma história pelo telefone: “Your love, it feels divided / Yeah, mm / And my answer, my answer is to pull out”.

No grande destaque do disco, a faixa “Big Daddy”, tons naturais se misturam com a pressão sintética do 3-step e com elementos mais eletrônicos de afrobeats. Tems mantém os temas sob controle, cantando num ritmo tão pop quanto os versos debochados que estreitam seu poder de capturar uma disputa de relações incrivelmente ajustada à sua posição na faixa. “Ooh, are you high on a mountain to be calling me?”, canta ela, na maior facilidade do mundo, como quando alguém sabe exatamente onde quer chegar e desperta olhares de interesse pelo manejo da situação.

Selo: RCA
Formato: EP
Gênero: Pop / Afrobeats

Matheus José

Graduando em Letras, 24 anos. É editor sênior do Aquele Tuim, em que integra as curadorias de Funk, Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

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