
Com Liniker, Marina Sena, MC Hariel, Luedji Luna, Julia Mestre, Ana Castela, Jadsa e mais!
Foi revelado hoje os indicados ao Grammy Latino 2025, premiação que prestigia os principais lançamentos e artistas do mercado latino-americano. A premiação, como qualquer outra, é sempre muito controversa, e a presença de nomes conhecidos entre nós brasileiros acaba despertando ainda mais interesse pelo prêmio. Confira, portanto, o melhor e o pior dentre os artistas nacionais indicados.
O melhor
Embora esteja longe de ser o melhor trabalho entre os indicados às três principais categorias (Gravação do Ano, Álbum do Ano e Canção do Ano), o destaque para CAJU, de Liniker, é muito bem-vindo. É o único – e um dos poucos – nomes da música brasileira a alcançar esse patamar, o que já diz muito sobre como a Academia Latina precisa valorizar mais artistas brasileiros. Afinal, estamos falando do país que detém o maior mercado e a maior diversidade de ritmos e linguagens da música produzida no contexto latino-americano.
Outro ponto positivo em uma categoria geral é a presença de Papatinho, indicado a Melhor Álbum de Música Urbana com MPC (Música Popular Carioca), disputando lado a lado com nomes como Bad Bunny. No pop, Julia Mestre se destaca com o melhor disco em Melhor Álbum de Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa, o belíssimo MARAVILHOSAMENTE BEM, que vai disputar com Marina Sena e Liniker, pra variar, no entanto, o melhor segue sendo o da Julia. Já Jadsa e Maria Beraldo surgem gigantes em Melhor Álbum de Rock ou de Música Alternativa em Língua Portuguesa, com os ótimos big buraco e Colinho.
Ainda assim, nenhuma indicação surpreende tanto quanto a de MC Hariel e MC Tuto em Melhor Interpretação Urbana em Língua Portuguesa. Dois gigantes do funk paulista finalmente conquistam o reconhecimento que merecem, e com músicas realmente boas. “Dança (Ao Vivo)”, de MC Hariel com Gilberto Gil, viralizou ao propor um encontro de gerações embalado por uma mensagem de esperança, enquanto “Barbie”, de MC Tuto com DJ Glenner, é um funk pop tão cativante quanto qualquer hit indicado. Uma das canções mais divertidas e pegajosas dos últimos anos.
Os pontos positivos seguem com Luedji Luna e Dora Morelenbaum em Melhor Álbum de Música Popular Brasileira/Música Afro-Portuguesa Brasileira, além de Sorriso Maroto em Melhor Álbum de Samba/Pagode e Ana Castela, indicada em Melhor Álbum de Música Sertaneja com sua estreia Let's Go Rodeo.
O pior
O Mundo Dá Voltas, do Baianasystem, e Quanto Mais Eu Como, Mais Fome Eu Sinto!, de Djonga, aparecem como obstáculos indigestos diante de Jadsa e Maria Beraldo na categoria Melhor Álbum de Rock ou de Música Alternativa em Língua Portuguesa. São discos medianos, mas com força suficiente para roubar o prêmio de obras mais ousadas e interessantes.
Coisas Naturais, de Marina Sena, e CAJU, de Liniker, soam excessivamente repetitivos em Melhor Álbum de Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa. No caso de Liniker, a presença aqui parece até redundante, já que ela já figura em categorias gerais e de maior prestígio, o que, em vez de somar, acaba mais atrapalhando. Marina, por sua vez, apesar de ter mérito, está longe de ter lançado um disco realmente marcante ou grandioso a ponto de justificar um destaque desse porte.
Já Carol Biazin, com No Escuro, Quem É Você, indicada a Melhor Álbum de Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa, é um caso ainda mais questionável. Chega a ser chocante ver esse trabalho listado aqui. É sabido que o lobby tem grande peso e que as escolhas, muitas vezes, são arbitrárias e injustas, mas havia tantos outros discos relevantes e de maior impacto no pop brasileiro nos últimos meses que a indicação chega a ser constrangedora.