
Com Addison Rae, Oklou, Bad Bunny, FKA Twigs, Lady Gaga, Lucy Liyou, Erika de Casier, PinkPantheress, Los Thuthanaka, Ichiko Aoba, Tapeworms e mais!
A presente lista conta com discos lançados entre 15/11/2024 a 11/06/2025, e grande parte dos textos são fragmentos de críticas publicadas no site ao longo deste período.









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Ale Hop & Titi Batorka - Mapambazuko

A fusão entre música africana e música latina possui um histórico de peças transversais que provocam seus limites: é a forma como a manipulação de ritmos e gêneros tradicionais ganham corpo e novos tipos de tração nas experimentações eletrônicas e nas nossas realidades cada vez mais transmutáveis. Mapambazuko une a peruana Ale Hop e o congolês Titi Bakorta, que propõe ainda mais desconstrução e destituição — e, acima de tudo, entende que o cerne da sua magia é a colaboração. - Felipe
Addison - Addison Rae

Trata-se de um registro que realiza com maestria as principais características da composição pop, sobretudo na criação de ganchos, e que, além disso, evidencia as sólidas inspirações musicais de Addison Rae. O principal objetivo da cantora é, assim, plenamente alcançado: consolidá-la como um novo nome fervoroso na música pop. - Davi Bittencourt
Bad Bunny - DeBÍ TiRAR MáS FOToS

DeBÍ TiRAR MáS FOToS é denso por natureza. É por isso que parece ser um retorno direto às origens de Bad Bunny, que desde Un Verano Sin Ti vem explorando suas influências já em território continental dos EUA. É, portanto, um chamado ao seu e aos seus, ao que ele sabe de melhor (todo o amor pela sua cultura latino-americana) e ao poder da música em lidar com tudo isso da forma mais descompromissada e intransigente possível. - Matheus José
Brooke Combe - Dancing At The Edge Of The World

Com apenas 31 minutos de duração, Brooke Combe consegue surpreender a todos com seu talento, especialmente devido ao seu vocal marcante, às letras bem construídas e às músicas harmoniosas e refinadas. Portanto, ela é uma das descobertas mais interessantes dos últimos anos, e eu torço para que receba o reconhecimento que merece. Há um quê de Joss Stone, Amy Winehouse e Jessie Ware. Não há como negar: esse álbum não poderia dar errado. - Vit
DJ RORO - Montagem Funk 3000+

Pode não parecer, mas este é o primeiro disco lançado por DJ RORO. E aqui, o jovem artista domina com precisão inquestionável boa parte das tendências atuais do funk. A maneira como manipula o chamado agressivo, somada à sua técnica de montagem, revela um domínio que parece vir de alguém com décadas de experiência. É um talento raro, daqueles que surgem poucas vezes dentro do gênero. Talvez por isso Montagem Funk 3000+ soe como uma síntese perfeita do que a cena tem produzido, especialmente em 2025. - Matheus José
Erika de Casier - Lifetime

Em Lifetime, Erika, que é nativa de Portugal mas cresceu em Copenhagen (vide o nome de paulista interiorana) sobe no salto do downtempo que marca boa parte da sua carreira, com sua apresentação relaxada e quase sempre num mesmo tom de voz, mas decide dar um quê de trip hop e de dub, numa meia hora que passa, infelizmente, deliciosamente rápido. - Pedro Piazza
FKA Twigs - EUSEXUA

Inspirado pela cena underground techno rave de Praga, o EUSEXUA orbita um prisma de música eletrônica que, em alguns momentos, soa tão superficial quanto a ideia de artistas pop explorando territórios marginais. De Charli xcx a Jamie xx, essa incursão na cena eletrônica underground já é quase um rito de passagem para estrelas que buscam algo além das estruturas convencionais de gênero e narrativa. A questão é, no entanto, como trabalhar com essa inspiração vertiginosa, tão discordante e ao mesmo tempo tão feroz e objetiva. twigs faz isso ao lado de Koreless, cuja produção marca uma clara ruptura em relação a seus álbuns anteriores. - Matheus José
Infinity Knives & Brian Ennals - A City Drowned in God’s Black Tears

A City Drowned in God 's Black Tears, de certo modo, é o típico álbum de revolta política: se estabelece na raiva e no desagrado e cresce a partir das injustiças testemunhadas e sofridas. Mas o que Infinity Knives e Brian Ennals fazem aqui é de um teor tão gutural e ósseo que é difícil não parar e escutar novamente trechos num raciocínio de “eu ouvi isso mesmo?”. De um ataque feroz, com uma empatia intoxicante, numa miríade de toques e estéticas diferentes que se confrontam e se auxiliam numa corrida torpe e chocante. - Pedro Piazza
Ichiko Aoba [青葉市子] - Luminescent Creatures

Luminescent Creatures rima consigo mesmo, e sob uma ótica específica, é bem divertido de ver a voz da japonesa entrando em desarmonia com outra frase sua, com o piano, com o violão e consigo mesma de novo (e com o piano, com o violão… vamos indo até ela dizer chega), ela estica ao máximo as coisas nessa repetiçãozinha que parece trivial mas que gera um efeito bem cheio de camadas, cada uma com um propósito específico dentro da música. - Pedro Piazza
Los Thuthanaka - Los Thuthanaka
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Elly (Chuquimamani-Condori) já tem uma carreira de tirar o fôlego; entre mixtapes, dj mixes, álbuns de estúdio, EPs e até bootlegs (!). Aqui, se junta com o irmão Joshua Chuquimia Condori, guitarrista, para criar o álbum mais interessante do ano até agora. É obrigação moral ouvir esse trabalho que une, perfeitamente, influências da música indígena da américa latina, música eletrônica e post-rock através da colagem digital. O resultado é um tipo de música que, arrisco: nunca foi feito antes. - Tiago Araujo
Lucy Liyou - Every Video Without Your Face, Every Sound Without Your Name
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Poucas vezes vimos um disco tão humano quanto Every Video Without Your Face, Every Sound Without Your Name. Aqui, Lucy Liyou vai além da exposição de temas que podem representar, vez ou outra, o desencargo de consciência referente ao amor – ela está propondo, apenas do seu ponto de vista e de mais ninguém, o quão vividas são suas lacunas preenchidas pelo processo de autocura, desbravamento da dor e o que se observa de longe, do que foi-se ao vento. – Matheus José
Lady Gaga - MAYHEM

Um retorno à forma, MAYHEM contém grande parte dos melhores refrões do ano. Não é apenas um disco de música pop competente que remete aos anos de glória de Lady Gaga com The Fame Monster e Born This Way, é quase um estudo de como realizar uma transfusão de signos e marcas, garantindo que cada elemento seja cuidadosamente alocado para a sua atualidade de criação. Prolonga, assim, o que Gaga tem de melhor a oferecer. E não há dúvidas de que ela ainda tem muito a propor quando o assunto é este: pop de qualidade. - Matheus José
NMIXX - Fe3O4: FORWARD

Entrando em um novo capítulo de sua trilogia Fe3O4, o grupo feminino NMIXX aposta em canções diferentes do habitual. Após o grandioso Fe3O4: BREAK e o crescente Fe3O4: STICK OUT, agora somos apresentados à parte FORWARD. O projeto explora sonoridades nunca antes experimentadas pelo grupo, mas que combinam perfeitamente bem. Fe3O4: FORWARD é uma aposta certeira vinda delas, mostrando como o grupo consegue se manter mesmo com abordagens diferentes – é diferente, mas ainda é NMIXX. - João Vitor
Natalia Lafourcade - Cancionera

Cancionera é um verdadeiro banquete cultural, celebrando as raízes latinas com toques de salsa, bolero, flamenco e também o jazz. Poético e romântico, o disco é uma tocante declaração de amor de Natalia às suas origens. A produção é um dos grandes destaques do trabalho, mas é a voz apaixonante da cantora que dá alma e ternura a um de seus álbuns mais sofisticados e belos. Não é apenas um disco para ouvir — é para sentir. - Vit
Nino Paid - Love Me As I Am

A associação é a chave para entender Nino Paid. Mesmo quando ecoa influências estilísticas, ele está sempre operando dentro do seu próprio universo. Nós apenas o visitamos – e talvez seja por isso que ele soa ríspido ao bater a porta na nossa cara em “Redemption”, ou ao nos aprisionar no melhor conjunto de ritmo/instrumentais/melodias do ano em “Boy Meets World”. No fim, ele pode fazer qualquer coisa que iremos prestar atenção e anotar, dá pra sentir que seu futuro será brilhante. - Matheus José
Negro Leo - RELA

Entre as vanguardas da música experimental brasileira, há Negro Leo. Uma figura imprescindível, que se posiciona entre frentes, lados, entre todos os pontos desse plano cartesiano. RELA chega totalmente feroz. Com o trabalho mais diferenciado da sua extensa discografia, ele quer dissertar sobre o sexo. Sexo virtual, sexo pixelizado, sexo marciano, sexo imagético. Ferramenta de prazer e catalisador orgástico. Negro Leo consegue discorrer sobre esse fenômeno social, que são as interações sexuais através das redes sociais, com uma sagacidade afiada. É o poder surreal de Negro Leo, que vai te enlouquecer e querer devorá-lo em todos os sentidos possíveis. Que delícia! - Felipe
Oklou - choke enough

É o tipo de música pop que não encontramos todos os dias, e talvez por isso soe tão justo e apropriado tanto em suas tendências quanto em suas especificações estéticas que garantem não apenas uma boa prensagem sonora, mas também um valor específico, de que vale a pena ouvir uma, duas ou mais vezes. - Matheus José
OHYUNG - You Are Always On My Mind

Fragmentos vocais se entrelaçam em meio a uma dúzia de sentenças proferidas como um cântico, enquanto os loops de bateria criam um ritmo gélido e fantasmagórico, estabelecendo uma corrente, um elo, perfeitamente atrelado a carga explosiva de pop experimental que define o You Are Always On My Mind. - Matheus José
PinkPantheress - Fancy That

Como mixtape, Fancy That se mostra como o trabalho mais bem estruturado da cantora. Como apoteose da música eletrônica, é a união natural do passado e o futuro da artista na cena. Como produto da cultura envolta no TikTok, é um lampejo de inspiração em que PinkPantheress coloca a indústria musical no bolso em um projeto pensado para ser ouvido em vídeos verticais. Mas ainda assim executado para ser reproduzido até no Windows Media Player. - Tobia Ferreira
PATRIARKH - PROPHET ILJA

No universo do black metal, é comum encontrar referências a crenças religiosas, mas os músicos de PATRIARKH levam essa abordagem a um nível muito mais elaborado. A banda apresenta um álbum inspirado em uma seita real que existiu nos anos 60. Eles conseguiram produzir fielmente até as orações e cânticos utilizados pelos membros, é bem notável o empenho no estudo para produzir esse álbum. A qualidade sonora é impressionante, um verdadeiro banquete para os amantes de black metal. - Alicia Cavalcante
Playboi Carti - MUSIC

Em resumo: quase nada em MUSIC está livre de problemáticas, inconsistências ou microcosmos de paradoxos — e as músicas que estão são justamente as piores. No grandioso ano de 2025, é gratificante ver um artista à frente da juventude, do mercado e de si mesmo discutindo todas as contradições de ser um artista, um jovem e as várias definições de um eu; isso até quando o Carti não assume nenhuma dessas identidades. É viciante, hipnótico, e talvez o mais importante num álbum pop: divertido tanto de se ouvir quanto de se analisar, em vários tons e definições diferentes. - Sophi
Rindert Lammers - Thank You Kirin Kiki

O disco de estreia de Rindert Lammers, Thank You Kirin Kiki, transforma dor em beleza ao mesclar música e cinema para reconstruir um momento íntimo. Inspirado no filme Shoplifters, o álbum presta tributo à atriz Kirin Kiki, figura de conforto após a perda de três entes. Lammers usa arranjos calmos e intensos para criar um gesto de afeto artístico, em que cada faixa ecoa coragem e sensibilidade – uma obra bela, íntima e profundamente humana. - Matheus José
Tapeworms - Grand Voyage

O álbum é, portanto, uma verdadeira viagem – entenda aqui como um deslocamento geográfico – que harmoniza a sensação de um passado distante com a de um futuro inalcançável. “IRL”, por exemplo, se encerra com gravações ambientes como se alguém estivesse saindo ou chegando. Esse tipo de elemento não apenas fomenta a linguagem de recompor as ideias sugeridas no título e, talvez, na conceituação do álbum, mas também acrescenta profundidade às suas próprias abordagens. - Matheus José
The Main Squeeze - Panorama

Panorama mostra a evolução sonora da banda The Main Squeeze, que mistura funk, soul e rock psicodélico com sintetizadores atmosféricos. O álbum equilibra intensidade e introspecção, enquanto o grupo mantém seu groove singular, conquistando fãs com uma sonoridade que expande muitos horizontes. - Viviane Costa
Vera Fischer Era Clubber - VERAS I

VERAS I traz uma vibe completamente noturna, com batidas eletrônicas perfeitas para se jogar na pista de dança de uma festinha descolada. E a banda vem conquistando o público brasileiro pelas suas letras debochadas e engraçadas, que acaba fugindo do óbvio. - Vit
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