As melhores músicas de 2025



Uma lista com PinkPantheress, DJ Rosa Boladão, Bad Bunny, J. Eskine, Lady Gaga, Addison Rae, kami lauan, ROSALÍA, Irmãs de Pau, Lana Del Rey e mais!

Aqui estão faixas que não saíram do nosso fone de ouvido ao longo do ano, mesmo com uma quantidade semanal absurda de bons lançamentos e descobertas valiosas. São músicas que percorrem o melhor de todos os gêneros que cobrimos em nossas curadorias; do rock ao pop, do funk ao R&B e por aí vai. É uma lista sobre paixão, resistência e momentos felizes que marcaram 2025.

A presente lista foi elaborada a partir de uma votação interna, considerando o top 15 individual de todos os nossos redatores, com músicas selecionadas de 15/11/2024 a 15/11/2025.



30. “DtMF” - Bad Bunny


Bad Bunny refutou com "DtMF" a ideia de ser desconhecido no Brasil, a música viralizou justamente por conectar o continente através do arrependimento de não ter registrado mais momentos felizes ao longo da sua infância/juventude. Ao cantar “Debí tirar más fotos de cuando te tuve”, sua voz melancólica transforma esse lamento pessoal em um sentimento coletivo, provando que sua força vem de traduzir a dor da saudade em uma experiência compartilhada por toda a América Latina. - Antonio Rivers



29. “Tonight” - PinkPantheress


Uma faixa revolucionária? Não! Agora se o assunto é sobre ser carismática e entender suas limitações, PinkPantheress entende, e entende demais. “Tonight” ainda carrega muito do seu trabalho no drum & bass, suas soluções rápidas e seu tom vibrante e alto astral, se colocando em sua função de ser uma faixa dançante e divertida, ela cumpre isso muito bem. - Antonio Rivers



28. “The Sofa” - Wolf Alice


"The Sofa" traz uma sonoridade calma, marcada pelo piano e uma letra que aborda o descanso emocional, o ato de simplesmente ficar em silêncio, quietinha na sua, apenas deitada no sofá. A música é também um hino de aceitação pessoal, de ser múltipla, complexa, contraditória e livre, abandonando a necessidade de se prender a um único rótulo e ficar apenas existindo ali, no conforto do sofá. É simples e linda. - Vit



27. “Gold Feet” - Freddie Gibbs & the Alchemist, J.I.D.


É quase mágico como Freddie Gibbs e J.I.D parecem ter sido feitos para colaborar juntos, mesmo tendo apenas essa faixa. “Gold Feet” é um duelo entre dois nomes muito consistentes na cena do rap. Com uma produção nada preguiçosa de Al, longe de beats monótonos ou fórmulas repetidas, eles entregam versos bem desenvolvidos, além de flows que se encaixam de forma orgânica. É um dos pontos altos de Alfredo 2. - Talita Mutti



26. “planeta oxxo” - pelados, Felipe Vaqueiro


Com versos melódicos e minimalistas que lembram canções infantis, pelados e Felipe Vaqueiro evocam nostalgia de um espaço que já não existe. Tensionando familiaridade com estranhamento, a música é uma crítica à rede de mercados de bairro que invadiu a paisagem urbana do estado de São Paulo e ameaça os pequenos comércios. A cidade se torna um planeta hostil por ferir no corpo e na lembrança (“cicatriz, passado no futuro”). Um belo registro de como grandes corporações nos transformam em aliens nos espaços em que, um dia, construímos memórias. - gambito de rafinha



25. “MEDLEY DO NOVO MUNDO” - Irmãs de Pau, Ventura Profana & Brunoso


A faixa do último disco das artistas é uma explosão estética que celebra o excesso como linguagem política. Ao fundir funk, batidas eletrônicas e teatralidade afrofuturista, é criado um manifesto vibrante. O refrão incisivo combinado à produção ousada, afirma a presença marcante de Isma e Vita. Disruptiva, a canção expande imaginários e transforma as concepções de música em um terreno fértil para a reinvenção. - Victor Hugo Aguila



24. “DEMON HOME” - OsamaSon


OsamaSon é um dos rappers mais insanos dos últimos tempos, e “DEMON HOME” é, simplesmente, a música mais insana do ano. A coisa toda soa como um alarme desgovernado, que anuncia a chegada súbita de uma força externa à procura de domínio. E talvez essa força seja o próprio rapper, que, em seus últimos trabalhos, vem quebrando as barreiras do rage e levando seu espírito punk à níveis jamais vistos – isso não é diferente aqui. - Marcelo Henrique



23. “Sentar pro Trem” - DJ KN DE VILA VELHA, Mc Marcelo da Cj, Mc 2G Do SF, TDK Rec


“Sentar Pro Trem” virou, instantaneamente, um dos maiores hits do funk em 2025. Seu ritmo e melodia, alinhados aos MTGs, deram nova cara ao funk capixaba. Depois, a faixa foi censurada por suposto uso não autorizado de “Set Fire to the Rain”, levando DJ KN DE VILA VELHA a criar outra versão para Terra do KN, Vol. 2. O resultado é ótimo, mas nada supera esta: o beat fino se realoca de modo quase impensável, os vocais modificados e a letra pegajosa fazem dela um feito único, a “Não Vou Namorar” do ano, projetando ainda mais o funk do ES. - Matheus José



22. “LO QUE LE PASÓ A HAWAii” - Bad Bunny


Em uma de suas faixas mais diretas, Bad Bunny expõe o processo de colonização dos Estados Unidos no arquipélago do Havaí, cuja presença de empresários americanos resultou na perda da identidade local. Para ele, é exatamente por isso que Porto Rico precisa se desviar desse mesmo caminho. A música trata de resistência, pertencimento e orgulho, enfrentando de frente o atual momento de perseguição a comunidades latinas e estrangeiras pelo governo Trump nos Estados Unidos. - Matheus José



21. “Sacuena” - Sayuri & Sopholov, Fuentes Prod


Poucas músicas são capazes de provocar aquela euforia de ouvir um smash pela primeira vez, não só na primeira escuta, em todas as que sucedem. “Secunena”, da dupla mexicana Sayuri & Sopholov, é uma dessas músicas. Num momento em que o neoperreo já soa demasiado comum, ouvir algo tão contagiante e que remete à inventividade do reggaetón do começo do século parece gratificante. Mas é mais do que isso: é uma aula de como reintroduzir a essência do gênero a uma nova geração e, com sorte, manter sua chama acesa. - Marcelo Henrique



20. “Henry, come on” - Lana Del Rey


A guinada de Lana Del Rey ao country para o seu futuro álbum oferece uma das melhores perspectivas do gênero dentro da música pop. Os acordes pairam como se a faixa assumisse o ar clássico da alegoria western – e de fato e assume, apoiada no tom melancólico e nos arranjos que Lana há muito preserva em seus melhores discos. A balada se ajusta perfeitamente aos seus vocais, e não há dúvidas de que o álbum se tornará ainda mais interessante do que já é. - Matheus José



19. “Tally” - Twenty One Pilots


Dentre todas as canções do novo disco do Twenty One Pilots, Breach, esta é a que mais se destaca. Sua letra metafórica que compara uma suposta relação – seja amorosa, de amizade ou de artista para fã – a uma simples “contagem perdida” em forma de decepção, é uma das mais criativas do disco. Na sonoridade, uma explosão de indietronica que precede o verso final de forma espetacular, exibindo um show de sintetizadores e acompanhados dos vocais agudos de Tyler Joseph. - Davi Landim



18. “Shapeshifter” - Lorde


“Shapeshifter” é um dos principais destaques de Virgin. A música é um resgate da identidade que Lorde trouxe nos seus discos de sucesso (Pure Heroine e Melodrama), mas agora com um lado mais maduro da cantora. Nela, a artista aborda questões pessoais, como a tentativa de se moldar para se encaixar em diferentes situações e relacionamentos. A canção é, ao mesmo tempo, reflexiva, emocionante, divertida e perfeita para dançar. - Vit



17. “Ace Trumpets” - Clipse


O retorno, após 16 anos, dos irmãos Malice e Pusha T é um movimento importantíssimo para o hip hop norte-americano. “Ace Trumpets” é avassaladora e revitalizante, uma prova de que, por mais que o tempo passe, fazer rap em diferentes formas continua sendo um dom que esses irmãos carregam. A produção de Pharrell Williams é estratégica e, sem dúvida, eleva o potencial da faixa. - Talita Mutti



16. “Montagem Saudade da Ex” - DJ RORO


Uma das grandes façanhas do DJ RORO em seu disco Montagem Funk 3000, além de delimitar o que significa o termo “agressivo” no funk, é a forma como ele dá vida às montagens que se tornaram tendência fixa do gênero. “Montagem Saudade da Ex” é o melhor exemplo disso: são instantes cheios de humor e nostalgia. Começa com “Maldita Ex”, do MC Leozinho, e depois se desmembra em uma dezena de referências do bruxaria, com elementos centrais como a percussão, o riso do palhaço e o tuim percorrendo os quatro cantos da faixa até chegar em “Que Saudade da Minha Ex”, do MC Maneirinho, ápice de tudo. É umas dez músicas dentro de um minuto e trinta e nove segundos. - Matheus josé



15. “Stateside” - PinkPantheress


“Stateside” é um dos grandes destaques da mixtape Fancy That. Se trata de uma das visões mais intrigantes do breakbeat de PinkPantheress, com suas baterias sujas e intensas acompanhadas de sintetizadores provocantes ao longo de toda a faixa e recheada de ganchos divertidos. É não só uma das melhores músicas da artista, como também uma das canções pop mais ricas lançadas esse ano. - Davi Bittencourt



14. “Tacola” - DJ Rosa Boladão


A foto que estampa a capa de “Tacola” habita um universo criado por DJ Rosa Boladão, feito do que parecem ser suas experimentações na fronteira do funk com a música eletrônica formal. Há várias faixas com capas assim no seu Spotify, de paisagens urbanas sem tratamento. É como se ele criasse pequenas memórias que registram aquilo que está produzindo no momento. Essa aqui, por exemplo, nasceu do contato que ele teve com o jogo Lethal League e a sua trilha sonora, assinada por Klaus Veen. É o melhor destaque dessa espécie de série que ele lança quase de forma avulsa, sobretudo porque se trata da sua inquietação, exposta em seis minutos do que parece ser o house mais brasileiro já feito na face da Terra. - Matheus José



13. “High Horse” - NMIXX


2025 foi um ano marcante para o pop eletrônico, e “High Horse” é mais uma demonstração de altíssimo calibre. Do baixo jazzístico aos arranjos etéreos, passando pelas constantes quebras de beat, a faixa transforma essa balada em uma das canções mais memoráveis do k-pop nos últimos anos. Momento extremamente arrepiante: o drop no final, após a ponte, enquanto o beat aumenta o passo e as vozes harmonizam juntas, até a música acabar em uma nota simples, como se fosse nada demais. Sublime. - João Pedro Leopoldino



12. “Senta Olhando Pra Mim” - DJ Arana, Mc Diguinho, Mc Buret, MC D2 DA BAIXADA


Essa é, talvez, a música que mais tocou na comunidade onde moro. Todo dia, todo santo dia, ela toca: às vezes mais longe, às vezes mais perto, à tarde ou às 3h da madrugada no baile de rua que tem aqui. Isso deveria significar algo. DJ Arana é um dos poucos artistas do funk a trilhar dois caminhos quase opostos: está na vanguarda do gênero, criando um som experimental com suas marcas, e, ao mesmo tempo, no ouvido das pessoas, nas paradas e nas ruas. A faixa resume seu trabalho em 2025 com o excelente M.B.D.T. – é estranhamente viciante, minimalista e arriscada na medida certa. - Matheus José



11. “BL4CKBL0CK!” - kami lauan, hype the kid, NCCO, MELI MC


Resumo perfeito do disco tTrazedor de Noticia Ruim, a faixa de destaque é um verdadeiro épico de pouco mais de três minutos de duração. Começa com um boom bap, cantado por uma lírica que instiga a metalinguagem de desvios das métricas dos BPMs, e logo depois explode com a força de umas cinquenta panelas de pressão numa cozinha minúscula, com ruídos, versos rápidos e metais que fritam o ritmo do que parece ser uma constante destruição de estruturas, se é que elas existem em algum momento aqui. - Matheus José



10. “Special” - dexter in the newsagent


Canções de amor são lançadas a torto e a direito por inúmeros artistas durante todo o ano. Já se tornou algo inerente e quase banal na música pop: se você quer parecer relacionável, precisa falar de amor. E, nesse contexto, muitas vezes o sentimento se perde – não é o caso de “Special”. Alguns podem encará-la como um manifesto de devoção, mas eu vejo como aquela vontade de imaginar uma vida com alguém que você ama e, por um momento, breve ou não, viver nessa fantasia. É perigosa, mas irresistível. - Marcelo Henrique



9. “S.M.O.” - Amaarae


Amaarae faz em “S.M.O.” uma das canções pop mais instigantes de 2025. Mantendo a tensão sexual durante toda a música, ela reimagina as batidas de zouk com os graves do gqom e os timbres de sintetizadores dos anos 80. O dinamismo dos instrumentais interagindo entre si cria a cama em que Amaarae abraça suas raízes ganenses e sensualidade. Cheia de imperativos, ela demanda urgência em uma voz soprosa e aguda. Quando ela fala “ginga me”, na língua crioula pidgin ganês, é um chamado para instigá-la com a mesma energia que a música pede. - gambito de rafinha



8. “You Can’t Always Get What You Want” - Erika de Casier


Por cima de toques de telefone, instrumentos de percussão e drones de cordas, Erika canta sussurrando sobre a mutabilidade das coisas. Um piano fantasmagórico, que parece saído de uma música do Linkin Park, assombra os versos e só some no pré-refrão: “Você nem sempre consegue o que quer. E você nem sempre sabe o que quer”. O verdadeiro refrão são sílabas sem significado, em que ela materializa sua rendição à inconstância e torce pelo melhor desfecho: joga uma melodia ascendente que é completada pelos sintetizadores, externos à ela. Um relato muito vulnerável e que quase não entrou no álbum por isso. - gambito de rafinha



7. “Porcelana” - ROSALÍA


“Porcelana” é uma das faixas mais singulares de LUX, não só por ser um dos poucos momentos que não é marcado pela influência forte da música clássica e busca referência em espaços mais próximos do eletrônico, mas especialmente pela abordagem sombria poderosa, marcada por aspectos que criam uma atmosfera apocalíptica proveniente de texturas industriais e melodias excêntricas. - Davi Bittencourt



6. “Arrested” - Lucy Liyou


Uma canção que se sustenta com a voz em tom de sussurro apresentada por Lucy Liyou, somado a uma atmosfera quase celestial causada por seus backing vocals melancólicos e teclado. Na lírica, a cantora exibe um antigo relacionamento que não deu certo, mas que se sente presa a este sentimento, clamando para que seu antigo amor a aceite como ela é. - Davi Landim



5. “Desmitificar” - Marina Sena


Como uma aposta teatral do pop, a canção equilibra delicadeza e contundência. A produção mais complexa do álbum Coisas Naturais possibilita que a artista se apresente de maneira potente e sensual. O refrão gruda sem esforço, enquanto a letra articula vulnerabilidade e autoconfiança simultaneamente. É uma faixa que reafirma a maturidade estética de Marina e seu domínio do pop contemporâneo brasileiro. - Victor Hugo Aguila



4. “Resenha do Arrocha” - J. Eskine, Alef Donk


No ano em que bancos digitais passaram a trazer propaganda de apostas e a maior celebridade digital do país se infantilizou ao ser responsabilizada por lucrar em cima da perda do povo brasileiro, J. Eskine ficará na história por ser a pessoa que tratou o tigrinho da maneira mais debochada e portanto mais realista possível, além do feito em transformar cada linha num refrão memorável. Cantei cada letra desses 5 minutos com amigos, com família e comigo mesmo.

É naipe naipe.


João Pedro Leopoldino



3. “Abracadabra” - Lady Gaga


“Abracadabra” talvez seja o maior “retorno à forma” que pudemos observar nos últimos anos na música pop. Depois de uma série de trabalhos mais voltados para estilos mais tradicionais de música pop e um álbum com influências house desajustadas, finalmente pudemos acessar a Lady Gaga que nos apaixonamos no final da primeira década dos anos 2000. A faixa dance pop tem influências do acid techno, vocais graves e fantasmagóricos, e um refrão ultra catchy que só faz sentido se for performado por Gaga. É sem dúvida um dos hits mais interessantes da década, principalmente por não se prender ao simplório que impera no pop mainstream atual. - Lucas Granado



2. “Berghain” -  ROSALÍA, Björk & Yves Tumor


O single que antecipou o lançamento de LUX é um mergulho pulsante na nova fase de ROSALÍA. Com uma produção hipnótica e quase industrial, a artista cria um movimento de transe urbano e, ao mesmo tempo, angelical. A performance vocal impecável da espanhola garante uma divindade exponencial a canção, marcando sua busca por novas fronteiras sonoras e reafirmando seu jeito singular de apresentar sua arte ao mundo. - Victor Hugo Aguila



1. “Headphones On” - Addison Rae


Uma música surpreendentemente gostosa e aconchegante, que consegue canalizar a essência da música pop downtempo do final dos anos 90, imerso em trip hop e R&B contemporâneo. Independente da origem e história controversa por trás da carreira da artista, é preciso reconhecer sua visão artística e de suas duas colaboradoras que as fizeram entregar – de forma despretensiosa – a música pop mais interessante do ano. Além da melodia brilhante e pegajosa feito um gloss, a letra é suavemente sussurrada pelos vocais aerados da cantora acalentando o ouvinte por meio de uma mensagem metalinguística, enquanto os synths retrofuturistas compõem uma atmosfera que beira o etéreo. Talvez seja pós-irônico demais da nossa parte eleger essa como melhor música do ano, mas doa a quem doer, essa música só poderia ter sido feita por Addison Rae, uma excelente popstar. - Lucas Granado



Ouça a playlist:

Aquele Tuim

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